Edinaria chegou ao hospital porque estava vomitando e deixou o local com hematomas na cabeça e na face. |
A comerciante Edinaria Veríssimo de Souza, de 41 anos, afirma que foi vítima de erro médico no Hospital Público de Diadema, quando procurou atendimento no dia 24/05, porque estava vomitando e sentia-se mal. Depois de ser medicada acordou cerca de 10 horas depois com um ferimento na cabeça e amarrada à maca. Ela disse ter ouvido de funcionários que convulsionou após receber medicamento na veia e caiu da maca batendo a cabeça no chão. A prefeitura nega erro médico ou negligência, também afirma que a mulher não teve convulsões, mas não explica como ocorreram os ferimentos.
Edinaria chegou ao hospital, que fica no bairro de Piraporinha, por volta das 8hs, acompanhada de sua sócia. Estava vomitando bastante, passou pela triagem e depois por uma médica a qual não se recorda o nome. “A médica disse que ia me receitar Plasil, que ia ser injetado junto com o soro. Depois não lembro de mais nada. Acordei por volta das 18hs com muita dor, um hematoma enorme na cabeça, e amarrada na maca. O pessoal da enfermagem disse que me amarraram porque convulsionei e cai da maca”, relatou a paciente. “Depois que acordei me levaram de ambulância para o Quarteirão da Saúde (no Centro da cidade) para fazer uma tomografia do crânio”, continua a comerciante no seu relato.
A acompanhante de Edinaria, apenas recebeu as roupas em um saco plástico e foi informada que a comerciante ficaria em observação. “Ela nem olhou só viu que as roupas estavam todas ensanguentadas quando chegou em casa, aí ela voltou no hospital para saber de mim”, disse a paciente, que recebeu alta e desde então se recupera em casa. Somente na segunda-feira (01/06), uma semana após o ocorrido, ela voltou ao trabalho.
Nove dias depois do ocorrido Edinaria ainda não sabe ao certo o que aconteceu, ela ainda se recupera dos hematomas na testa e no rosto. “Voltei lá depois, pedi o prontuário, mas não me deram”, disse a comerciante, que pretende mover uma ação judicial contra a prefeitura. “Eu não quero dinheiro, não quero nada, só quero que isso não aconteça novamente com ninguém”, disse.
O presidente do Conselho Popular de Saúde, José Geraldo Nunes, o Laricao, foi informado do ocorrido pelo RD e já entrou em contato com a Edinaria. “Estive no hospital para buscar informações. O conselho ainda não sabia disso. O hospital pediu um tempo para nos responder”, relatou.
Em nota, a prefeitura disse que a paciente pode solicitar a cópia do prontuário junto ao SAME, cujo atendimento se dá na Recepção do HM, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h30. Sobre o procedimento médico, informou que o medicamento é ministrado rotineiramente e não há relatos de efeitos colaterais. “O medicamento Plasil é usualmente administrado, após indicação médica, em Pronto Socorro e não apresenta convulsão como efeito colateral. A Secretaria de Saúde informa que não houve crise convulsiva presenciada pela equipe que atendeu a paciente”, sustenta a prefeitura.
A prefeitura não deu mais detalhes sobre o prontuário médico de Edinaria. “A entrega de roupas e pertences é realizada como procedimento de rotina para pacientes com acompanhante. Em relação ao ocorrido, a situação de queda é encaminhada para avaliação da Diretoria Técnica do Hospital Municipal. Demais informações sobre profissionais que atenderam a paciente e medicações administradas estão contidas em prontuário e não serão divulgadas em respeito à privacidade da paciente e atendendo ao sigilo da relação médico-paciente. Vale ressaltar que casos de falha técnica ou ética são encaminhados para as comissões das categorias profissionais correspondentes e abertas sindicâncias junto ao Departamento de Gestão de Pessoas (DGP) da Prefeitura”.
A reportagem indagou também a administração sobre quantos procedimentos de apuração quanto à conduta profissional foram abertos no último ano e quantos resultaram em medidas punitivas, mas a prefeitura não respondeu ao questionamento.
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