Hospital informa que nunca teve protocolo para uso do medicamento em casos de Covid-19. Medida agora impede a prescrição "off label" da cloroquina, ou seja, permite apenas o que recomenda a bula.
Imagem mostram cloroquina manipulada em laboratório |
O Hospital Albert Einstein enviou comunicado ao corpo médico com a proibição da prescrição do medicamento cloroquina para tratamento da Covid-19, nesta quinta-feira (25). O hospital informou que nunca teve protocolo para uso da cloroquina, mas que os médicos acabavam receitando o composto em modo off label, quando o medicamento é usado fora do que é indicado na bula (leia mais abaixo).
Ainda segundo o hospital, o podia acontecer entre a relação paciente e médico era a definição do uso da cloroquina para tratar a Covid-19. Isso, agora, não poderá mais ser feito pelo corpo médico do Einstein.
Sem prescrição na bula
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso off label de um medicamento é quando ele é prescrito para tratar outra indicação que não está prevista na bula.
"O uso off label de um medicamento é feito por conta e risco do médico que o prescreve, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas em grande parte das vezes trata-se de uso essencialmente correto, apenas ainda não aprovado."
Ainda de acordo com a Anvisa, "há casos mesmo em que esta indicação nunca será aprovada por uma agência reguladora, como em doenças raras cujo tratamento medicamentoso só é respaldado por séries de casos. Tais indicações possivelmente nunca constarão da bula do medicamento porque jamais serão estudadas por ensaios clínicos."
A agência ainda informa que "o que é off label hoje, no Brasil, pode já ser uso aprovado em outro país. Não necessariamente o medicamento virá a ser aprovado aqui, embora freqüentemente isso vá ocorrer, já que os critérios de aprovação estão cada vez mais harmonizados internacionalmente."
Em maio, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) pediu a suspensão das orientações do Ministério da Saúde que recomendam o uso de medicamento anti-malárico para casos leves de Covid-19. Em nota, a entidade reforçou que não há eficácia comprovada para prevenção ou tratamento da doença.
Risco de arritmia cardíaca
Uma pesquisa científica publicada na renomada revista "The Lancet" com 96 mil pacientes aponta que a hidroxicloroquina e a cloroquina não apresentam benefícios no tratamento da Covid-19. Os resultados divulgados mostram que também não há melhora na recuperação dos infectados, mas existe um risco maior de morte e piora cardíaca durante a hospitalização pelo Sars CoV-2.
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