Nesta quarta-feira (3), operação investigou esquema de revenda de equipamentos liderado por Fabiano Duarte Dutra. Defesa nega irregularidades.
Médico Fabiano Dutra, quando foi preso, em 2016 |
O Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF) decidiu afastar o médico Fabiano Duarte Dutra do cargo de diretor de Atenção à Saúde da organização. A medida ocorre após o servidor ser apontado pela Polícia Civil (PCDF) como um dos chefes de suposto esquema de desvio de respiradores da Secretaria de Saúde.
Dutra é investigado pela Operação In Rem Suam, deflagrada nesta quarta-feira (3) pela PCDF em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). A suspeita é de que equipamentos hospitalares da rede pública estariam sendo desviados de hospitais e revendidos a terceiros ao próprio GDF por meio de empresas.
Segundo a investigação, a suposta fraude ocorreu durante compras emergenciais autorizadas pelo governo durante a pandemia do novo coronavírus. Nesses casos, a aquisição é feita sem licitação.
Em nota ao G1, o advogado do médico, Cleber Lopes, informou que o afastamento ocorre "para resguardar a defesa" de Dutra. Ele afirmou que "não há nenhuma prova de furto" e que tem "convicção de que o inquérito será arquivado ".
Hospital Regional de Santa Maria, no Distrito Federal |
Afastamento
Segundo o Iges-DF, além de afastar o servidor, o instituto instaurou uma apuração interna "para averiguar qualquer fato que possa prejudicar a instituição". Veja íntegra da nota:
"O IGESDF informa que o investigado já foi afastado do cargo e, por intermédio da Assessoria de Compliance, foi instaurada uma apuração interna para averiguar qualquer fato que possa prejudicar a instituição.
O IGESDF reforça que a gestão é pautada pela transparência, não tolera irregularidades e todos os dados necessários serão repassados à equipe que conduz a operação.
Ressalta, ainda, que não adquiriu insumos ou equipamentos com as empresas investigadas".
Máfia das Próteses
Em outubro de 2016, Fabiano Dutra foi preso em outra operação, que apurava a existência de uma suposta Máfia das Próteses.
Na época, uma denúncia anônima levou a polícia até o Parque Ecológico Dom Bosco, onde agentes identificaram papéis, pendrives e HDs destruído – os pertences seriam supostas provas. Câmeras de segurança mostraram o médico chegando e saindo de carro.
“Havia prontuários médicos, nome de outros funcionários do hospital, documentos indicando existência de repasses médicos e nome de planos de saúde”, afirmou à época o delegado Adriano Valente, que estava à frente da investigação.
O médico era coordenador de Ortopedia da Secretaria de Saúde e também atuava em um dos estabelecimentos então investigados como médico cirurgião.
Segundo o advogado dele, o médico não queimou provas. Apenas decidiu dar fim a documentos pessoais que ocupavam a casa dele.
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