quarta-feira, 24 de junho de 2020

Professora relata revolta e indignação com pacientes misturados no PS Edison Mano

Contrariando o que disse a secretária de Saúde, Lucimeire Cristina Coelho Rocha, na audiência pública realizada na Câmara Municipal no mês passado, em relação às internações de pacientes com Covid-19 e pacientes com outras enfermidades, várias reclamações de familiares de pessoas internadas no Pronto Socorro Dr. Edison Mano têm sido feitas pelas redes sociais e também pela imprensa.

Uma das pessoas que reclamam dessa situação e se expressa indignada, é a professora R.A., que está com o marido internado desde o dia 11 aguardando uma vaga em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ela relata através de um áudio a sua revolta.

Segundo a professora, que mora há vários anos em Santa Bárbara d’ Oeste, na quinta-feira (11), seu esposo precisou ser atendido no PS Dr. Edison Mano por volta das 11h e às 18h foi internado. Ele sofreu um infarto, teria que ser internado para exames e permaneceria até o dia seguinte.  Porém a família ficou sem informação porque na unidade de saúde “não podiam passar”.
“Ficamos preocupados e com a interferência de um terceiro, ficamos sabendo que ele estava estável, porém aguardando quarto em UTI no Hospital Santa Bárbara. Na sexta-feira à tarde fui lá na hora da visita (16h) e o cardiologista disse que ele tinha que ir para a UTI. A pressão não abaixava, nem a diabete e precisava fazer exames para o procedimento de cateterismo. Porém, eu estava na semi-intensiva para fazer a visita e havia um caso grave de covid junto com outros pacientes cardíacos, não estava isolada, estava junto com outros. Foi muito chocante para mim e outras visitas, com idosos com doenças crônicas e um paciente com covid ali.  Nada fizeram”, relata a professora. No sábado seu marido foi transferido para a enfermaria do pronto socorro onde permanece aguardando leito no Hospital. Ele pediu para fazer o teste de covid, mas o procedimento não foi realizado, segundo ela.
Lamentando a situação, a professora considerou um “desrespeito enorme” o que presenciou. “Meu marido tem hepatite C, diabete e está infartado. Como pode conviver mais de 24hs com um paciente com covid grave? Acho absurdo. Cadê o Hospital de Campanha? Para que serve? Só para receber verba? Não sou eu só, mas outros pacientes também estão na mesma situação. Tem mais dois com covid na semi-intensiva e se outros precisarem vão ter que conviver também”, desabafou. Ela criticou o sistema de saúde pública do município e disse estar indignada. “É vergonhoso. Se ele tiver alta e não for testado para covid a coisa vai pegar”, alertou.
A Secretaria de Saúde do município foi contatada pela reportagem do SBNotícias para se manifestar a respeito, mas não retornou até o fechamento da matéria.   

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