Santa Casa de Araçatuba (SP) afirma que instaurou comissão para investigar a denúncia. Pai disse que não havia luvas e instrumentos na sala para a cirurgia
Antônio e a mulher durante o chá de bebê da criança; mulher grávida de oito meses perdeu o filho em Araçatuba |
A
família do bebê que registrou boletim de ocorrência por morte suspeita e
negligência contra um médico da Santa Casa de Araçatuba (SP) ainda está muito
abalada e tenta superar a perda de Lucas, no fim de semana.
Antônio
Henrique Vieira Neto, pai do bebê, conta que ele já teria nascido morto, e
relembra o que aconteceu. A esposa, grávida de oito meses, estava internada
havia cinco dias, com infecção na urina e perda de líquido aminiótico.
“O que aconteceu comigo espero que não
aconteça com ninguém, a família inteira está sofrendo, com roupa, berço e
carrinho, tudo lá esperando por ele. E ele não vai vir”, afirma Antônio.
No
sábado (3), o pai diz que a mulher começou apresentar sangramento. “Chamei a
enfermeira, ela me disse que estava procurando o médico, chamei novamente
falando que ela estava chorando de dor. Teve uma infeliz que falou assim:
‘Quantos meses está sua esposa’. Eu disse de oito e ela disse que bebê nasce de
nove. Ela se diz profissional e disse isso para mim”, afirma o pai.
Assim
que o médico responsável chegou, segundo a família, constatou que a mulher já
estava em trabalho de parto e precisaria de uma cesariana de urgência. A
gestante foi transferida para a sala de cirurgia, mas de acordo com o pai do
bebê, houve demora para o início do procedimento.
“Mais
de 10 minutos o cara (médico) com a mão para cima esperando a luva, não tinha
nada no quarto, bandejas com instrumento, luva para médico e o povo perguntando
onde pegava as coisas. E eu sem pode fazer nada”, afirma.
Um
inquérito já foi instaurado pela Polícia Civil para investigar o caso. A
polícia aguarda o laudo do IML apontando a causa da morte do bebê e deverá
ouvir também as pessoas envolvidas.
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