Menina de 5 anos morreu com suspeita de meningite bacteriana em Lins |
Moradora de Lins (SP) diz que filha foi diagnosticada primeiramente com forte gripe e fala em negligência ao não pedirem exame de sangue. Família registrou boletim de ocorrência.
A mãe da pequena Ketellen Moretti Martins, de 5 anos, alega que o hospital que fez o primeiro atendimento da filha morta com sintomas de meningite bacteriana falhou no atendimento ao não pedir um exame de sangue.
A família de Lins (SP) registrou um boletim de ocorrência por negligência contra a Santa Casa da cidade após a morte no domingo (11). O hospital nega que houve irregularidade e que a menina não apresentou os sintomas da doença. (Confira abaixo a resposta completa do hospital)
A mãe Ana Carolina Moretti procurou atendimento na tarde de sábado (10) porque a menina apresentava febre de mais de 40ºC e dores no corpo.
“EU ACHO QUE SE TIVESSE FEITO O EXAME DE SANGUE NO PRIMEIRO ATENDIMENTO, JÁ TERIAM VISTO QUE ERA UMA INFECÇÃO GRAVE, TALVEZ TIVESSE DADO TEMPO DE SALVAR MINHA FILHA. NÃO DESEJO ISSO PARA NINGUÉM. ENTERRAR UM FILHO É PIOR DOR DO MUNDO”, LAMENTA.
Ana Carolina afirma que houve negligência no atendimento à filha na Santa Casa de Lins |
Ainda conforme a mãe, Ketellen foi medicada contra a febre, que assim que baixou, o hospital deu alta. “O médico disse que eram sintomas de uma gripe forte. Disseram que ela estava bem e que podia ir para casa para dar lugar para outras pessoas serem atendidas”, diz Ana Carolina.
Ela conta que quando chegaram em casa, já no fim da tarde de sábado, a menina continuava reclamando de dor, quando ela resolveu dar um banho na criança e percebeu manchas pelo corpo da menina.
“Foi quando com ela para o hospital. E nesse segundo atendimento que foi feito o exame de sangue e viram que ela estava com uma infecção muito forte e entraram com medicação na veia e pediram a vaga na UTI”, mas completa que a menina começou a perder os sentidos.
Menina de 5 anos morre com suspeita de meningite bacteriana em Lins |
Atendimento na Santa Casa
O diretor clínico do Pronto-socorro da Santa Casa, Paulo Eduardo de Oliveira Quessada, conta que todos os procedimentos foram tomados, mas a evolução do caso foi muito rápida.
“Ela não apresentava naquele momento nenhum dos sintomas que indicavam uma meningite. Ela não tinha rigidez na nuca, manchas no corpo, prostração, nada que indicasse essa infecção.”
Ainda segundo o diretor, o primeiro atendimento foi feito de forma correta também, pois, foi identificada uma infecção na garganta como o foco da febre e a menina foi medicada.
“Na triagem foi constatado que ela estava com 39,8 ºC de temperatura. Uma febre alta e foi constatado a presença de placas na garganta, que indicam um quadro infeccioso nas amídalas, que justificam essa febre alta. Foi encontrado naquele momento o foco da infecção como sendo na garganta e tratado isso com o antibiótico, por isso nesse momento não tinha necessidade de um exame de sangue, porque foi encontrado o foco da infecção”, explicou.
Menina foi levada à Santa Casa de Lins, mas não resistiu |
Ainda segundo Paulo, o diagnóstico da meningite bacteriana é difícil e pode ser mascarado por sintomas semelhantes de outras infecções.
“Quando aparecem os sintomas mais claros, como as manchas arroxeadas, a evolução é muito rápida, questões de horas, muitas vezes. Mas, em nenhum momento houve equivoco da equipe médica que fez o primeiro atendimento, é porque ela não apresentava nenhum sintoma que indicasse isso [meningite bacteriana] e tinha um foco da infecção que estava na garganta”, completa.
Depois que a mãe voltou para a Santa Casa com a criança já com as manchas novos exames foram feitos apontando alterações no quadro infeccioso.
Segundo o diretor, a Santa Casa solicitou uma vaga em uma UTI pediátrica por meio da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), que foi disponibilizada uma hora e meia depois. No entanto, a menina teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Acompanhamento e prevenção
Em nota, a Prefeitura de Lins informou que os exames da menina foram encaminhados para o Instituto Adolf Lutz que vai confirmar a causa da morte.
Informou também que está disponibilizando, por meio da Divisão de Vigilância Epidemiológica, o tratamento para os familiares, além de funcionários e alunos da escola e profissionais de saúde envolvidos em procedimentos com a criança, uma vez que a meningite bacteriana pode ser contagiosa.
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