segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Médico de VG é demitido por telefone após falsa denúncia de agressão

O médico José Carlos Dias foi demitido 30 minutos depois de um conflito em seu consultório com filho de um paciente idoso
 
 
Um grupo do munícipio de Várzea Grande se mobilizou, nesta sexta-feira (9), contra a demissão do médico José Carlos Dias, que atendia na Unidade de Saúde Vila Arthur. O clínico geral foi demitido após ter explicado ao filho de um paciente idoso sobre a necessidade do senhor de acompanhamento médico, o filho não gostou da postura do médico e entrou em conflito verbalmente agressivo com o médico.
 
O paciente de José Carlos possui 105 anos e tem problemas cardiológicos, desta forma, o médico pediu para que um familiar viesse até o consultório explicar a situação do idoso, pois o senhor não está lúcido.
 
O filho do paciente compareceu ao consultório, porém, criticando e xingando o médico. "Ele me ameaçou, disse que voltaria e acabaria com a minha vida e também ficou me xingando de várias coisas", relatou José. 
 
Diante a situação conflituosa, o médico solicitou a enfermeira próxima de que retirasse os presentes em seu consultório para que a discussão unilateral não chegasse a fins lamentáveis. "A constituição me garante a negar atendimento, nesses casos, a paciente que não estão em risco de morte", alegou.
 
Então a enfermeira pediu para que o paciente e seu acompanhante raivoso deixassem o consultório de José Carlos e, logo ao sair, o médico trancou a porta para evitar situações oportunas.
 
"Logo que tranquei a porta, o filho do idoso voltou e deu um murro enorme na porta, não sei como não quebrou, e tentou ainda abrir a porta para me agredir fisicamente", contou o médico.
 
O acompanhante saiu gritando pelo corredor e, 30 minutos depois do acontecimento, o médico recebeu uma ligação de uma funcionária do RH da Prefeitura de Várzea Grande, avisando que, segundo o secretário de Saúde, o clínico estava demitido. 
 
A alegação da funcionária foi de que José Carlos agrediu o acompanhante de seu paciente e, por isso, estava fora do quadro médico da unidade. "Nem quiseram me ouvir sobre o que tinha acontecido, ninguém me perguntou sobre o ocorrido, foi uma decisão unilateral da Prefeitura", declarou.
 
O médico já está tomando providências jurídicas sobre o caso, ele denunciou o acompanhante por desacato ao servidor público e por ameaça de vida. E também fez uma denúncia ao Conselho do Idoso sobre a negligência familiar do paciente. 
 
Revolta
 
Com a demissão repentina do médico, os pacientes da unidade ficaram revoltados com a situação, pois consideram José Carlos um médico atencioso.
 
Sendo assim, iniciaram uma manifestação no hospital, na segunda-feira (5) desta semana, protestando contra a demissão do médico, porém, alegam que a gerente da unidade foi grosseira com os manifestantes e os dispensou do local.
 
A popuiação da região não desistiu e realizou um abaixo-assinado com 700 assinaturas para reinvidicar os direitos do médico. Na manhã desta sexta, os manifestantes se dirigiram à Prefeitura do município para protestar novamente, porém, ao chegar lá, foram recepcionados de forma ríspida e truculenta.
 
"Eles queriam falar com a prefeita, para poder resolver a situação, mas quem foi lá foi o Chefe de Gabinete e ele falou para todos os presentes que aquilo era desnecessário, porque nem se forem com 10 ônibus até a Prefeitura, eu seria readmitido", informou o médico.
 
Interferência política
 
Ao ser questionado sobre os boatos de que o vereador Sardinha (PTB) tenha sido um dos responsáveis pela demissão, José Carlos afirmou que seus problemas com o parlamentar são antigos, mas que o vereador não está envolvido desta vez.
 
"Ele acha que manda no Posto de Saúde e, inclusive, já tirou médicos de lá, mas o problema dele comigo é porque já fiz campanha política para um candidato adversário dele e por isso ele me persegue, já me denunciou para a Prefeitura por causa de um atestado, tudo por causa de uma campanha", concluiu. 
 

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