sexta-feira, 15 de março de 2019

CRM investiga médico do DF responsável por plástica com paciente morta de parada cardíaca

Vítima de 35 anos fez lipoaspiração e abdominoplastia. Conselho diz que médico pode perder registro de forma definitiva; ele alega ter seguido protocolos.

Fabiana Bezerra, que deu entrada na clínica na segunda-feira (4) para fazer uma lipoaspiração 

O Conselho Regional de Medicina (CRM) do Distrito Federal informou que abriu sindicância para apurar a morte de uma paciente que sofreu parada cardíaca após se submeter a uma cirurgia estética em uma clínica da Asa Sul. O médico investigado é Eric Yin, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica desde 2012.

Fabiana Bezerra, de 35 anos, deu entrada na clínica na segunda-feira (4) para fazer uma lipoaspiração e abdominoplastia, procedimento para retirar o excesso de pele e gordura na região abdominal, e morreu às 23h30 do mesmo dia. A ocorrência foi registrada na terça-feira (5).

Segundo o CRM, os trâmites correm em sigilo.
“Se for comprovado algum erro médico, o profissional pode receber penalidades que vão desde a advertência confidencial até a cassação definitiva do registro profissional”.

O dono do hospital contou à polícia que "após o procedimento e a realização de curativos, a paciente foi encaminhada para a sala de recuperação”. Mas depois de algum tempo, apresentou sinais de parada cardíaca.

Uma amiga que acompanhou Fabiana no hospital contou uma versão diferente da prestada pelo dono: afirmou à polícia que viu enfermeiras fazendo massagem cardíaca e que a UTI móvel só chegou ao local quase meia hora depois da parada cardíaca.

O advogado que representa o hospital disse que o espaço é cedido para que os cirurgiões plásticos atendam seus próprios pacientes. E que a estrutura está de acordo com as normas técnicas para procedimentos como lipoaspiração.
Mulher morre em cirurgia plástica em clínica na Asa Sul

Acompanhamento

O médico Eric Yin disse em mensagem que seguiu todo o protocolo de segurança do pré ao pós-operatório, que tentou reverter o quadro durante uma hora e que a UTI móvel chegou 25 minutos depois. Mas a paciente já estava sob protocolo de ressuscitação pela equipe de médicos e enfermeiros.

Ele informou que, no momento da parada, ela estava sendo cuidada pelo anestesista e o plantonista, e que a cirurgia já havia terminado. “Em nenhum momento [a paciente] ficou desassistida.”

“A licença sanitária do hospital, apresentada pela defesa, está dentro da validade e mostra que o local mantém convênio com uma equipe de UTI Móvel e um hospital de apoio.”

Notas oficiais


De acordo com a Secretaria de Saúde, o estabelecimento recebe inspeções de rotina da Vigilância Sanitária, sendo a última realizada em outubro do ano passado. "O local é licenciado para cirurgia plástica tipo III e cirurgia ambulatorial, que são atividades médico-ambulatoriais, com recursos para realização de procedimentos cirúrgicos, e clínica com realização de procedimentos cirúrgicos em ambiente não hospitalar."

A Administração do Plano Piloto informou que o estabelecimento tem licença para funcionamento e que o local tem alvará de funcionamento válido.

Em nota, a UTI Vida disse ainda não foi notificada e afirma que levou apenas menos de 17 minutos entre o momento em que foi acionada, na Epia Norte, até a chegada à Asa Sul onde a paciente estava.

O caso está sendo investigado pela Delegacia da Asa Sul. A polícia vai analisar também as câmeras de segurança para saber como foi o atendimento à paciente.











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