terça-feira, 2 de abril de 2019

Direção do Hospital da Mulher diz que "nada precisa mudar no atendimento"

Declaração foi durante visita técnica de CPIs e deixou deputados e vereadores estarrecidos


Na manhã dessa segunda-feira (01/04), deputados e vereadores que integram as duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que investigaram denúncias contra o Hospital da Mulher, em Cabo Frio, realizaram uma visita técnica naquela unidade de saúde. Foi a oportunidade que a direção da unidade teve para apresentar a sua visão geral sobre o atendimento prestado. E, para quem esteve acompanhando a visita, foi uma oportunidade totalmente desperdiçada.

Na frente de pelo menos nove mulheres que esperam por atendimentos, a direção do Hospital da Mulher declarou que "nada precisava mudar no atendimentos aos pacientes". Desde o fim de 2018 até os primeiros meses desse ano houve pelo menos 10 óbitos que estão sob suspeita de negligência médica e omissão de cuidados, fatos que aliás motivaram a criação das duas CPIs. No corredor do hospital haviam outras pacientes que aguardavam atendimento.

"Viemos aqui e poderíamos levar a direção por omissão de socorro. O hospital foi todo limpo, querendo mascarar a sua realidade mas encontramos aqui no corredor pelo menos 11 pessoas aguardando e fiquei sabendo que apenas um médico para atender."Disse o Deputado Mauro Bernardo (PROS). No local em que a direção do Hospital da Mulher declara que "nada precisa mudar", os deputados e vereadores encontraram mulheres que aguardavam o atendimento por mais de três horas.
O presidente da CPI da Câmara de Cabo Frio, vereador Ricardo Martins (SD), se posicionou mais uma vez contra a permanência da atual direção do Hospital ocupando os cargos, enquanto os trabalhos da CPI estão sendo realizados. "Queremos conversar com os médicos pois entendemos que se eles estiverem conversando conosco fora da vista da direção podemos descobrir outras coisas." disse.
Os diretores informaram às comissões ainda que assumiram a unidade sem prontuários, o documento que mostra a evolução do paciente, desde a entrada até a alta ou óbito dentro de uma unidade de saúde. É com base nesses documentos que as CPIs avaliarão se houve ou não negligências nos casos denunciados. A vereadora Letícia Jotta (PSC) constesta o discurso da diretora do Hospital da Mulher: "Ela disse que assumiu o hospital sem prontuário de pacientes, mas eles assumiram em junho e as mortes que cobramos respostas aconteceram de novembro a janeiro deste ano", disse.









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