A família de Rebeca Giovana dos Reis, que morreu no final de março
aos cinco meses de idade, em Campinas, suspeita de erro médico na
condução do tratamento da criança. A menina foi levada pelos pais ao
hospital Renascença com suspeita de dengue, onde foi atendida e se
internou, até que não resistiu e morreu dois dias depois. Segundo a
família, mesmo sem nenhum exame concluído, os médicos do hospital
optaram por realizar um tratamento com antibióticos indicado para
pacientes com meningite viral.
Para confirmar a doença, seria necessária a realização de um exame
que necessitava da retirada de uma amostra de líquor, presente na coluna
vertebral. Porém, o responsável não conseguiu recolher a amostra e após
a tentativa frustrada com agulha e seringa, a menina apresentou piora
no quadro de saúde. De imediato, segundo os pais, a criança apresentou
um inchaço no abdome e em poucas horas teve de ser transferida para a
UTI, onde morreu. Após o óbito, os exames realizados apontaram que a
vítima tinha dengue e não meningite.
A mãe de Rebeca, Iva Helena dos Reis Santana, afirmou que até agora o
hospital não conseguiu informar qual teria sido a causa da morte da
filha. Para ela, não há dúvidas de que houve erro médico e de que a
filha estaria viva se tivesse recebido o tratamento para a dengue. A
família realizou um exame de necropsia no bebê e aguarda os resultados
que devem apontar a causa da morte. No balanço divulgado pela secretaria
de saúde de Campinas, o município contabilizou o caso como morte por
dengue.
Em nota, o Hospital Renascença informou que num primeiro momento, o
caso foi atendido como febre de origem indeterminada e que faz parte
desse diagnóstico diferencial pensar em meningite e outras infecções
bacterianas, além de dengue e outras arboviroses. A criança teve seu
primeiro atendimento poucas horas após o início do quadro, mesmo assim
ficou quase 12 horas em evolução e foi triada laboratorialmente e com
imagem de tórax. No dia seguinte, com piora do quadro, seu exame foi
coletado novamente. Cerca de 36h do início da doença, as alterações
passaram a sugerir dengue mas sem descartar infecções bacterianas
graves. Por isso, a indicação de líquor e o uso de antibióticos são
corretos. Na suspeita de dengue, a conduta é a hidratação e a
observação, medidas que foram realizadas e estão todas registradas em
prontuário. A direção do hospital informou ainda que lamenta
profundamente este desfecho, mas reafirma ter prestado atendimento
compatível com seu certificado de excelência.
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