sábado, 13 de abril de 2019

Taxista quer apuração para morte de filho em hospital

Depois de registrar denúncia no CRM, Valdecir Coimbra diz que registrará B.O na 38ª Delegacia Regional de Polícia
Adriano Coimbra morreu após cirurgia de vesícula realizada no dia 21 de março
Inconformado com a morte do filho, Adriano Pelegrini Coimbra, de 24 anos, mais conhecido por Podoski, após cirurgia de vesícula realizada no dia 21 de março no Centro Cirúrgico do Hospital Nossa Senhora da Saúde (HNSS), em Santo Antônio da Platina, o taxista Valdecir Coimbra compareceu na tarde de quinta-feira (11), no escritório local do Conselho Regional de Medicina (CRM), onde registrou denúncia pedindo que o órgão apure suspeita de que o rapaz foi atendido por um falso médico que teria assumido o acompanhamento pós-operatório.

Ele informou ainda que vai comparecer, segunda-feira (15), à 38ª Delegacia Regional da Polícia, onde pretende registrar Boletim de Ocorrência pedindo a abertura de inquérito policial para investigar a suspeita de que Podoski foi vítima de negligência médica. “Quero uma apuração rigorosa, pois existe suspeita de que meu filho foi atendido por um profissional que não está credenciado para o exercício da medicina”, assinalou por celular, nesta sexta-feira (12).     
Suspeitas

Adriano Pelegrini Coimbra, de 24 anos, foi operado no dia 21 de março pela cirurgiã Cassiana Dias dos Reis, que viajou no mesmo dia da intervenção. Segundo a denúncia, com sua ausência, quem teria ficado responsável pelo acompanhamento pós-operatório do paciente seria Alex Antônio de Paula, graduado em medicina por uma universidade da Bolívia, mas sem o Revalida do Ministério da Educação, portanto, sem habilitação para o exercício da profissão já que não possui registro no conselho da categoria. 

O pai da cirurgiã, que diz ter acompanhado a operação, o também médico cirurgião Luciano Dias dos Reis, confirmou a viagem da filha no mesmo dia da intervenção, mas que ela teria passado a responsabilidade do acompanhamento do paciente ao médico Orlando Papi. Este, porém, desmentiu Luciano, informando que teve contato com Adriano Pelegrini, apenas uma vez, exatamente no momento em que seu quadro clínico já era grave, levando-o a morte.

Em entrevista na noite do dia 2 deste mês ele disse que teve apenas um contato com o paciente, tendo sido chamado pelo hospital em razão do agravamento de seu quadro clínico. “Fui chamado pelo hospital na tarde do dia 21(de março). Ao chegar ao quarto do paciente, lá estava o Alex (de Paula, suposto falso médico), que me relatou a gravidade. Fizemos todos os exames e procedimentos, inclusive cogitamos transferi-lo para a UTI da Santa Casa de Jacarezinho, mas o paciente acabou morrendo”, relatou. 

Falso médico continua atuando e faz mais uma vítima!

Nova suspeita

A situação de Alex Antônio de Paula se complica porque existe nova denúncia de que ele atuou em outro caso que resultou na morte de paciente.  Nesse final de semana mais um funcionário do Hospital Nossa Senhora da Saúde procurou o jornal Tribuna do Vale para revelar que no final da semana passada mais uma vítima que estava sendo acompanhado pelo falso médico morreu na UTI da Santa Casa de Jacarezinho.

O paciente Carlos Henrique de Rezende foi internado no HNSS aos cuidados do medico Luciano Reis e estava recebendo tratamento do falso médico, chamado pelos funcionários do hospital como Dr. Alex. 

Um caso muito parecido com o anterior denunciado nesta Tribuna. 

O paciente foi internado com suspeita de tuberculose e após se complicar durante o tratamento, novamente o médico Orlando Papi foi solicitado por Alex para dar atendimento de emergência. Usando de suas habilidades, Orlando estabilizou o paciente e o transferiu para UTI de Jacarezinho em estado grave e ele veio a falecer no final da semana.

Sem saber qual a real causa da morte, se o atendimento do falso médico contribuiu para o óbito, a informante demonstra indignação total, afirmando que até o momento nada se sabe sobre as investigações das vítimas. E afirma ter medo que algum familiar precise de atendimento em Santo Antônio da Platina, já que ainda vê o falso médico transitando pelo hospital como se nada estivesse acontecendo. 

O acusado Alex de Paula não atende a reportagem. Proibiu a recepção do hospital de fornecer se número de celular. A atendente informou à reportagem que “Dr. Alex não vai dar entrevista e me proibiu de passar seu celular”.











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