sexta-feira, 14 de junho de 2019

Criança fica com moeda presa na garganta, espera mais de 11h em hospital no AC e revolta família

Sem conseguir especialista, pai levou filha para clínica particular. Saúde afirma que criança não corria risco de morte e nenhum profissional se recusou a atender a paciente.

Criança estava com uma moeda na garganta e só conseguiu retirar em uma clínica particular — Foto: Arquivo pessoal
A família da pequena Louse Maia, de 1 ano e 8 meses, passou por momentos de tensão esta semana em Rio Branco. A criança engoliu um moeda de 5 centavos e ficou com o objeto preso na garganta. Os pais correram para a emergência do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) de Rio Branco, mas a criança esperou mais de 11 horas no local, sem que fosse atendida por um especialista.

O caso ocorreu na noite de quarta-feira (12) e o objeto só foi retirado nesta quinta-feira (13), depois que os pais levaram a menina em uma clínica particular. O raio X mostra onde a moeda ficou localizada. 

O pai da criança, o bancário André Maia ficou revoltado com o atendimento no Huerb. Ele conta que o pediatra plantonista do Huerb, que atendeu a criança, disse que o objeto só poderia ser retirado com uma endoscopia, mas a profissional que faria o exame estava de sobreaviso em casa. O médico ligou para a colega, mas foi informado que ela só iria na unidade às 7h desta quinta. 

“Ligaram para pessoa de sobreaviso, o nome dela era Daniele, e disseram que ela falou que só poderia chegar às 7h para fazer o procedimento e retirar a moeda da garganta da minha filha. Só me passaram a orientação de que era para a minha filha ficar de dieta zero e colocaram ela no soro”, reclamou.

Fora de risco

Ao G1, a direção do Huerb informou, por meio de nota, que a criança tinha comido antes de chegar à unidade e precisava esperar no mínimo oito horas para receber anestesia geral e retirar a moeda. A nota frisa que não havia o risco de saúde da criança, mas os responsáveis preferiram não esperar. 

Além disso, a unidade afirmou que nenhum profissional se recusou a atender a paciente. O Huerb afirmou também que 'procedeu de acordo com os critérios clínicos e atenção à urgência'. 

"A criança deu entrada em um hospital infantil particular às 21h10 e encaminhada para procedimento de ultrassonografia endoscópica, chegando às 21h32 na urgência alimentada. A criança foi submetida ao raio X e não apresentava riscos de morte", concluiu.

Hospital infantil

A aflição da família começou antes de ir para o Huerb. O pai contou que chegou a ir primeiro em um hospital infantil particular da cidade. Na unidade, a criança fez um raio X e Maia foi orientado a levar a criança no Huerb para retirar a moeda com ajuda de uma endoscopia. 

“Às 21h32, demos entrada no Pronto-Socorro. Fomos atendidos pelo pediatra de plantão e pediu para fazermos outro raio X. A moeda continuava do mesmo jeito. Ela [pediatra] falou a mesma coisa que a pediatra do outro hospital, que só um endoscopista podia tirar e com ela sedada. A médica, então, ligou para a pessoa que estava de sobreaviso, isso já por volta das 22h, 22h10”, relembrou.

Espera

Após informar que a profissional não iria para o hospital, a equipe encaminhou a criança para a observação pediátrica para tomar soro, onde ficou até às 8h desta quinta. Já sem paciência e com medo de acontecer o pior, Maia tirou a criança da unidade e a levou em uma clínica particular. 

“De manhã, outro médico ainda ia fazer outro raio X, aí resolvi ir atrás de um profissional particular e ninguém falou nada. Tirei minha filha de lá, esperei até às 8h, porque a profissional não chegou, só chegou outra pessoa para tirar outro raio X”, criticou.
Na clínica particular, o pai diz que o objeto foi retirado em questão de minutos e sem dificuldades. Como a moeda estava entalada na garganta, o bancário temia que o objeto virasse, impedindo a respiração, ou descesse pelo esôfago. 

"A revolta é que se tem uma médica que está de sobreaviso ela tem que ir pelo menos lá avaliar o caso. Uma bebê que tá com uma moeda entalada na garganta pode acontecer algo a todo momento, a gente precisa de um profissional", afirmou.

G1

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