domingo, 9 de junho de 2019

Negligência faz mulher perder filho

Segundo o comerciante, esposa chegou ao pronto-socorro com sangramentos, mas foi mandada embora por não ter documentos
A esposa teria perdido o filho por negligência no atendimento do hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí. A denúncia é do comerciante Dary Wellington de Souza, 39 anos, morador do loteamento Rio Bonito, no bairro São Vicente. Segundo ainda ele, a médica responsável pelo atendimento teria assinado um atestado que leva o nome de outro obstetra. Já o hospital diz que a mulher de Dary recebeu o atendimento adequado.

O comerciante conta que a esposa, Elizângela Moreira da Silva, 39, que estava grávida de poucas semanas, e esteve no hospital na terça-feira, dia 28 de maio, com muito sangramento e suspeita de aborto. Mesmo com a mulher estando com todos os exames em mãos, ele afirma que ela não foi atendida por uma questão burocrática”, reclama. “Somente não estava com a carteirinha de gestante”, diz.

A correria para que Elisângela fosse atendida precisou ficar pro dia seguinte. “Tive que, no outro dia de manhã [quarta-feira], ir atrás desta carteirinha e somente assim pude retornar com ela no hospital pra ser atendida”, relata Dary.

Não bastasse isso, a esposa do comerciante ainda amargou uma espera de quase cinco horas para ser atendida.

O marido conta que Elizângela foi examinada por uma médica. “Ela disse que a gestação era de altíssimo risco, porém, nada fez. Somente mandou minha esposa voltar para casa”, conta, revoltado.
A médica deu para Eliângela um atestado, informando o código 0200, que se refere à “ameaça de aborto”.

Dary ainda percebeu outro problema. “Quando fomos verificar o atestado assinado por ela na frente da minha esposa, este [atestado], por sua vez, tinha CRM e nome de um outro médico”, relata o comerciante.

O pior, no entanto, ocorreu no dia seguinte, quinta-feira, quando a tragédia se confirmou. O casal foi até uma clínica particular. Elizângela fez um ultrassom e o resultado deu que a mulher tinha perdido a criança.

Na sexta-feira, a esposa de Dary ainda não tinha expelido o feto naturalmente. A orientação da clínica particular foi que ela repousasse por pelo menos três dias até fazer o procedimento de curetagem, pra retirada do feto e limpeza do útero. Após isso, Dary informa que vão registrar um boletim de ocorrência contra o hospital.

Por conta dessa situação, o comerciante do Rio Bonito diz que “aplaude de pé” a decisão da direção do hospital Marieta Konder Bornhausen em contratar uma empresa terceirizada para tocar o plantão do centro obstétrico do hospital. “Se esses médicos que estão lá não querem trabalhar, deixem quem quer”, desabafa.
 Procedimentos foram corretos, diz hospital

Em nota oficial, o hospital Marieta informou que, conforme o prontuário médico de Elizângela Moreira da Silva, todos os procedimentos médicos foram realizados de acordo com a necessidade da paciente. “Todo o atendimento foi garantido pelo corpo clínico”, diz o esclarecimento do hospital.

Sobre a assinatura do atestado em nome de outro médico, o hospital explicou que, mesmo que a pessoa tenha sido atendida por outro profissional de saúde que estivesse no momento trabalhando no hospital, quem assina o documento é o plantonista responsável pelo setor, que tem acesso às informações dos demais membros da equipe.

Desde o último sábado, uma nova equipe passou atender no plantão na maternidade. Seriam dois médicos, contratados através de uma empresa terceirizada para, segundo o hospital, melhorar o atendimento do setor de obstetrícia.

Segundo a direção, a contratação foi feita porque os médicos do corpo clínico não aceitaram assumir o plantão da obstetrícia.

Médicos do setor questionam a contratação na justiça. Segundo eles, os contratados vão receber 40% a menos e isso pode prejudicar o atendimento aos pacientes.



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