domingo, 9 de junho de 2019

Neta procura polícia após avó morrer em hospital de Cuiabá


O Hospital Santa Rosa está sendo denunciando criminalmente pela morte da idosa Orcelina Gomes da Silva, de 83 anos. De acordo com relatos de familiares, a vítima teria morrido por conta de uma série de erros médicos cometidos durante os 15 dias em que esteve internada na unidade de saúde.

Em entrevista ao site , a neta da idosa, Júlia Milhomem, de 32 anos , explicou que a avó foi internada no dia 27 de abril após um mal-estar, sendo submetida a uma avaliação médica.

“Nós fomos atendidos por um médico-residente, nós informamos que ela tinha alergia a benzetacil que é a base de penicilina. Fizeram os exames e realmente deu que ela estava com pneumonia e automaticamente já passaram uma medicação a base de penicilina mesmo sabendo que ela era alérgica”, disse.

Ela relata que os erros começaram desde o momento em que a vítima deu entrada no Pronto Atendimento. De acordo Júlia, a avó passou a tomar o medicamento Clavulin (por 7 dias), que, conforme a bula, não é recomendado para alérgicos à penicilina.

“Ela foi internada e começou tomar essa medicação que era a base de penicilina e no outro dia o médico permaneceu com clavulin e a ela começou a piorar o estado dela”, complementou.

Ao perceber que o quadro de saúde da idosa piorar cada vez mais, os familiares pediram que ela fosse atendida por um pneumologista, mas, segundo os parentes, o hospital ignorou a solicitação.

“Pedi também para encaminharem ela para a UTI, porque o estado era muito grave, mas ignoraram. Disseram que ela só poderia ir para a UTI se não estivesse com sinais vitais”.

A neta lembra que a avó já estava com os dedos roxos e que na UTI os médicos avaliaram que a idosa tinha poucas chances de sobreviver.

No quinto dia de internação, Júlia revela que a avó passou a ser medicada também com corticoide.

A medicação teria agravado a situação de Orcelina. Somente oito dias após a internação, a idosa teria sido atendida por um médico, que logo a encaminhou com urgência para a UTI.

“Ele examinou a minha avó, coisa que não havia sido feita por nenhum residente nos dias anteriores. Esse médico escutou o pulmão e o coração dela, avaliou e disse que o quadro de saúde dela era gravíssimo”.

Ela completa dizendo que a família não sabia que a idosa estava sendo medicada de forma errada. “Só descobrimos quando ela já estava na UTI e uma prima viu o prontuário”, relata.

Durante o período, a idosa teria ainda desenvolvido diabetes e ainda teria sido medicada com glicose.

“Teve uma outra médica que passou e ainda deu glicose para ela. Será que essa equipe medica não tinha a consciência de ler o prontuário?”, questiona indignada.

Com o agravo do estado de saúde, a idosa veio a óbito no dia 19 de maio, 15 dias após dar entrada ao hospital. O site  teve acesso ao laudo da morte que apontou “diabetes” como uma das causas.

Um boletim de ocorrência foi registrado contra o hospital por negligência. Na última quarta (5), familiares denunciaram o caso ao Conselho Regional de Medicina (CRM).

Por fim, Júlia afirmou ainda que não pretende acionar a justiça, mas ressalta que pretende criminalizar o hospital pela ocorrência. “Quantas pessoas vão morrer ainda para ter uma fiscalização? Nosso intuito é isso, abrir os olhos da população”, concluiu.

Outro lado

O Hospital Santa Rosa se pronunciou através de nota informando que será realizada uma análise minuciosa sobre o caso.

NOTA

O Hospital Santa Rosa manifesta seu apoio à família da paciente e informa que realizará uma análise minuciosa do caso com o intuito de apurar o ocorrido. 

Ademais, o Hospital Santa Rosa ressalta seu compromisso em atender seus pacientes com todo o cuidado necessário e sempre buscando prestar serviços de qualidade e referência.

Confira os laudos da vítima: 

 





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