quinta-feira, 11 de julho de 2019

Após 7 dias na UPA, jovem com esquizofrenia é liberado sem internação

Paciente foi socorrido depois de agredir a mãe e ameaçar a irmã; ele passou uma semana amarrado na UPA e, agora, voltou para casa por falta de leito psiquiátrico



Família afirma que Regislay ficou amarrado por sete dias na UPA


Regislay da Silva Iria, de 27 anos, que foi internado em 1º de julho, desorientado, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ribeirão Preto, recebeu alta médica na última terça-feira (9) sem a transferência solicitada a um hospital psiquiátrico.  

O rapaz, diagnosticado em 2018 com esquizofrenia, teria passado os sete dias em que esteve na ala de urgência e emergência do centro médico amarrado e sem uma previsão de tratamento pela segunda vez.  

No ano passado, o paciente apresentou o mesmo quadro clínico e aguardou cinco dias por um leito de internação especializado, mas acabou liberado.  

Agora, a família contesta a decisão e diz não ter condições de arcar com os remédios controlados.  

O município, no entanto, afirma que um psiquiatra da unidade constatou melhorias antes da alta médica e confirmou que há falta de leitos em Ribeirão para internação psiquiátrica. Leia mais abaixo.  
 
"Eu estou doente e ainda não tivemos a chance de conversar, mas sei que ele voltou para a casa da minha mãe, como era antes", afirma a irmã, Gabriela da Silva Iria.  

Anteriormente, a familiar relatou à reportagem que Regislay é considerado perigoso por vizinhos na região onde mora, pois é agressivo e costuma abordar pessoas para pedir dinheiro. Disse, ainda, que ele chegou a ameaçar a irmã no dia da internação e agredir a própria mãe dois dias antes.  

Por isso, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros em surto e encaminhado para a UPA da Treze de Maio temporariamente.  

Outro lado 

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o paciente teve a internação psiquiátrica solicitada no sistema de regulação CROSS em 3 de julho, mas a mesma não foi liberada pelo Estado por falta de leitos, "de modo que o paciente teve que aguardar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento).  

"No dia 8, pela manhã, o paciente foi avaliado pelo psiquiatra, sendo constatada sua melhora e conversado com a família, recebeu alta e foi encaminhado para seguimento no serviço especializado de saúde mental de referência", escreveu, via assessoria de imprensa.  

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