sábado, 20 de julho de 2019

Bebê recém-nascido morre em hospital de Feira de Santana e pais denunciam unidade por negligência

Criança morreu após diagnóstico de infecção no ouvido, mas atestado aponta morte por asfixia.


Pais acusam hospital de negligência após morte de bebê em Feira de Santana

Um bebê recém-nascido morreu após ser diagnosticado com infecção no ouvido, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. Os pais da criança, que tinha 23 dias de vida, procuraram a polícia para denunciar o hospital por negligência.

A família conta que deu entrada no Hospital da Mulher da cidade no dia 25 de junho, quando a David Lucas da Paixão Ferreira teve um quadro de febre alta. O pequeno ficou internado, mas passou mal na noite do dia 2 de julho.

David Lucas chegou a ser levado para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não resistiu e morreu no dia 3.

Os pais do bebê, Norbertino Ferreira e Rosália da Paixão dizem que durante a noite do dia 2, pediram a presença de um médico várias vezes, porque a criança não parava de chorar.

O casal alega que o médico só apareceu no dia seguinte, quando o quadro da criança já havia se agravado.

"Se o médico tivesse feito o trabalho dele logo quando ele passou, não tinha acontecido o que aconteceu. Eu não tinha perdido meu filho, porque ele poderia ter dado um suporte, um socorro. Ter feito uns exames", disse Rosália.

No atestado de óbito, a morte do bebê foi apontada como por asfixia mecânica, bronco aspiração de conteúdo gástrico e distinção de alças intestinais e estômago, o que significa dizer que ele se asfixiou após aspirar o próprio vômito e que houve separação das alças do intestino e estômago.

Norbertino e Rosália acreditam que, se o filho tivesse recebido um atendimento mais preciso antes, a morte da criança poderia ter sido evitada.

"A gente brigou tanto, sem precisão, aí a criança vem e depois de uma hora, duas horas, o mesmo médico vem e dá a notícia a gente de que a criança não resistiu. Por que não cuidou logo cedo? Se fosse um filho dele, será que ele iria deixar sofrer tanto assim?", questionou Norbertino.

A família procurou a delegacia da cidade para registrar queixa contra o hospital e diz que quer justiça.

A diretora-médica do hospital, Andréia Alencar disse que o caso também será investigado pela unidade de saúde.

"Eu tive acesso a todo o prontuário, a todas as anotações de enfermagem e inclusive já encaminhei esse prontuário para a comissão de óbito. Nós temos dentro da unidade uma comissão de óbito, que vai investigar a causa do óbito", disse ela.


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