Grupo percorreu ruas da cidade com cartazes pedindo justiça e respeito, em Ituberá, no baixo sul da Bahia.
Cortejo fúnebre reuniu amigos e familiares pelas ruas de Ituberá (Foto: Emilque Souza / Arquivo Pessoal) |
Familiares do bebê de apenas 25 dias que morreu durante atendimento no Hospital Municipal Antônio da Costa Pinto Dantas, no município de Ituberá, no baixo sul da Bahia, realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (26).
Com cartazes e faixas, o grupo caminhou pelas ruas da cidade e reforçou a denúncia de que o falecimento do bebê teria sido provocado por demora no atendimento e por falta de medicamentos na unidade de saúde. Durante o ato, o grupo chegou a fechar a via que dá acesso à cidade por cerca de duas horas.
O protesto foi realizado após o enterro da criança. O bebê foi velado durante a madrugada desta quinta-feira na casa da avó materna, e foi sepultado no Cemitério Municipal de Ituberá às 10h. Dezenas de pessoas, entre parentes e amigos da família, compareceram à cerimônia e participaram da manifestação.
"Essa foi uma forma da gente brigar por justiça, porque o que aconteceu não dá para continuar. Saí para buscar justiça, para que a morte de meu neto não fiquei impune. Para que a morte de outras pessoas não voltem a ocorrer. A gente tem que dar um basta nisso enquanto pode", contou a avó materna do bebê, Rita de Cássia Reis.
Denúncia
O bebê Lucas Gabriel Oliveira da Conceição morreu na manhã da terça-feira (23), após dar entrada no hospital da cidade. A avó materna da criança contou que o menino, que tinha menos de um mês de vida, deu entrada na unidade médica por volta das 9h. O bebê foi levado para o hospital após apresentar um choro constante, sem nenhuma explicação aparente.
"Os pais entraram na sala de emergência e a médica [plantonista] que atendia saiu por outra para ver a uma mulher que estava na sala de parto. O bebê ficou sendo visto por enfermeiros, que não tinham noção do que fazer. A criança chorava muito e estava ficando roxa. Os pais se apavoraram e uma enfermeira saiu correndo atrás da médica. Meu neto já estava lá há 30 minutos", relata o drama.
Rita diz que a médica foi atender a criança e pediu três tipos de medicamentos, que têm descrições para o tratamento de cólicas. A unidade não tinha os remédios. "A médica perguntou se o pai teria condições de comprar. Ele disse que sim e saiu correndo para o centro da cidade. Ele foi e voltou em questão de 15 minutos, mas quando voltou a médica disse que não tinha mais o que fazer".
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