O HPS é mantido pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e atende pacientes do SUS Eugênio Moraes / Arquivo Hoje em Dia |
O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, é alvo de
denúncias da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, que visitou a unidade nesta quarta-feira (4). Entre os problemas
estruturais apontados pela comissão estão o sistema elétrico com
defeitos, elevadores em estado crítico, defasagem do projeto de
segurança e incêndio, falta de água quente para o banho dos pacientes e
heliponto interditado.
O diretor do hospital, Sílvio Grandinetti, explicou aos
parlamentares que é necessária uma obra estrutural no valor de R$ 100
milhões, mas que não há perspectiva para a chegada do recurso. Ele
explicou que o custo de manutenção mensal do estabelecimento é de R$ 5
milhões, mas que o faturamento não chega a R$ 3 milhões.
O hospital também enfrenta problemas administrativos.
Segundo Grandinetti, não há autonomia para demissão e contratação de
pessoal e o deficit de médicos já é de 65. “Fazemos cerca de 340
atendimentos por dia e estamos com os quadros defasados. Mais que isso,
estamos perdendo profissionais, que pedem exoneração por falta de
condições de trabalho”, lamentou.
O diretor assistencial do HPS, Marcelo Lopes Ribeiro,
afirmou que o hospital está sucateado e que a última grande obra
estrutural foi feita em 2008. Depois disso, apenas pequenos reparos
foram realizados. “A burocracia também é um complicador. Para comprar
materiais de trabalhos básicos, dependemos de licitação, que é sempre um
processo demorado e incompatível com as necessidades e a emergência de
um hospital”, pontuou.
Propostas de melhorias
A Comissão de Saúde defende uma gestão autônoma. Segundo
o deputado Antônio Jorge (PPS), a Fundação Hospitalar do Estado de Minas
Gerais (Fhemig) está obsoleta e precisa buscar autonomia. Para ele, os
governos gastam pouco e mal com a saúde. “O que vimos hoje não são
apenas problemas estruturais, mas de direitos humanos. Os pacientes
estão tomando banho frio. O governo precisa ter dignidade e atitude para
dar a efetiva prioridade ao hospital”, criticou.
O presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta
(PDT) afirmou que é inadmissível que a manutenção do local, assim como o
fornecimento de materiais e equipamentos, dependa de licitação.
Ele destacou, ainda, que a comissão vai se reunir com o atual presidente
da rede Fhemig, Tarcísio Neiva, no dia 17 de outubro para buscar
soluções para a crise no sistema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário