quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Assembleia de Minas denuncia precariedade no Hospital João XXIII


O HPS é mantido pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e atende pacientes do SUS
Eugênio Moraes / Arquivo Hoje em Dia                        

O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, é alvo de denúncias da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que visitou a unidade nesta quarta-feira (4). Entre os problemas estruturais apontados pela comissão estão o sistema elétrico com defeitos, elevadores em estado crítico, defasagem do projeto de segurança e incêndio, falta de água quente para o banho dos pacientes e heliponto interditado.
 
O diretor do hospital, Sílvio Grandinetti, explicou aos parlamentares que é necessária uma obra estrutural no valor de R$ 100 milhões, mas que não há perspectiva para a chegada do recurso. Ele explicou que o custo de manutenção mensal do estabelecimento é de R$ 5 milhões, mas que o faturamento não chega a R$ 3 milhões. 
 
O hospital também enfrenta problemas administrativos. Segundo Grandinetti, não há autonomia para demissão e contratação de pessoal e o deficit de médicos já é de 65. “Fazemos cerca de 340 atendimentos por dia e estamos com os quadros defasados. Mais que isso, estamos perdendo profissionais, que pedem exoneração por falta de condições de trabalho”, lamentou.
 
O diretor assistencial do HPS, Marcelo Lopes Ribeiro, afirmou que o hospital está sucateado e que a última grande obra estrutural foi feita em 2008. Depois disso, apenas pequenos reparos foram realizados. “A burocracia também é um complicador. Para comprar materiais de trabalhos básicos, dependemos de licitação, que é sempre um processo demorado e incompatível com as necessidades e a emergência de um hospital”, pontuou.
 
Propostas de melhorias
 
A Comissão de Saúde defende uma gestão autônoma. Segundo o deputado Antônio Jorge (PPS), a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) está obsoleta e precisa buscar autonomia. Para ele, os governos gastam pouco e mal com a saúde. “O que vimos hoje não são apenas problemas estruturais, mas de direitos humanos. Os pacientes estão tomando banho frio. O governo precisa ter dignidade e atitude para dar a efetiva prioridade ao hospital”, criticou.
 
O presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT) afirmou que é inadmissível que a manutenção do local, assim como o fornecimento de materiais e equipamentos, dependa de licitação. Ele destacou, ainda, que a comissão vai se reunir com o atual presidente da rede Fhemig, Tarcísio Neiva, no dia 17 de outubro para buscar soluções para a crise no sistema.
 

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