quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Pai busca justiça para filha vítima de erro médico em Juazeiro



A família acusa o Hospital Unimed de Juazeiro de negligência. (Foto: Reprodução)

Em dezembro de 2012, Ricardo Brandão perdeu sua filha Júlia Nascimento Rocha, de 6 anos, devido a uma sequência de erros médicos no Hospital Unimed, em Juazeiro. Com a aproximação do julgamento o pai busca justiça.

Ricardo Brandão concedeu uma entrevista ao programa Super Manhã, da Rádio Jornal, onde revelou detalhes sobre o processo de erro médico e a morte de sua filha. Ele informou, que na manhã do dia 3 de dezembro levou Júlia ao hospital. Ela estava com febre, vômito e dor de cabeça.

“Depois ficamos sabendo que os sintomas já eram indícios de algo mais grave, como de fato era. Ela foi medicada e no final da tarde foi liberada. Depois com a investigação foi verificada a falha neste atendimento, na liberação”, informou Ricardo.

Depois de liberada, durante a noite Júlia passou mal novamente e foi levada ao hospital. “De início foi levantada a possibilidade de uma doença grave, mas deram alta assim mesmo. Depois conseguimos a prova documental de que ela (a médica) não poderia ter dado alta para a minha filha”.

Em um segundo atendimento o procedimento foi o mesmo, com medicação e repouso e outra médica internou Júlia, que estava com sintomas de desidratação. “Desde o início ficamos sabendo que seria necessário o exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) que identifica a ocorrência da meningite, viral ou bacteriana”, afirma o pai, usando como base o longo processo reunido em três anos.

Com quase 4 mil páginas, o processo está dividido nas esferas criminal, civil e administrativo.  Nesta quarta-feira (25) acontecerá algumas audiências ligadas as questões criminais. A família também aguarda o resultado do processo ético que corre em segredo de justiça.

“O relatório da delegada Licelma Gomes, concluiu que ouve por parte da investigação policial a incursão dos acusados no artigo 121, homicídio culposo. Um ato criminal que esses médicos pediatras estão sendo julgados”, explica.

Com o andamento dos processos Ricardo Brandão afirma que não busca vingança pela morte de sua filha. “Eu, minha família e amigos temos uma expectativa muito grande de que a justiça seja feita. Não estamos buscando vingança contra ninguém, só queremos que a medicina possa ser praticada de forma mais humanitária”, explica.

Sobre a falta de humanização, Ricardo disse que sua filha ficou internada por quatro dias e chegou a ser amarrada. “Ela sentia tanta dor e gritava, amarraram os braços da minha filha porque ela puxava os cabelos de tanta dor que ela sentia e neste momento a médica que estava de plantão atendeu de forma muito restrita e foi muito rápida”, desabafa.

A família acusa o hospital de negligência e afirma que o atendimento na instituição é precário. Todas as informações foram comprovadas através de diversos laudos feitos por peritos, utilizados no processo.



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