terça-feira, 31 de outubro de 2017

Falsa médica usava o Google para dar diagnóstico aos pacientes

Falsa médica usou o Google para diagnosticar nariz quebrado, diz paciente

Reprodução

Uma mulher foi presa, suspeita de atuar como falsa médica na Santa Casa de Ibirá, no interior paulista. De acordo com informações da polícia, a suspeita, de 41 anos, atendia usando o nome de uma médica de São Paulo – o carimbo usado nas receitas com o número do CRM teria sido furtado da clínica da profissional. Em um dos casos, de um paciente em Tabapuã (SP), ela chegou a pesquisar  no Google o diagnóstico sobre o que fazer em caso de nariz quebrado pelo celular:

“Eu cheguei para a consulta e ela pegou o celular. Expliquei que levei uma pancada no nariz e ela começou a pesquisar no Google. Disse para eu ficar de repouso por uma hora no hospital. Se eu tivesse ânsia de vômito seria mais sério”, afirmou o operador de lojas Luan Henrique dos Santos.

Henrique disse que quebrou o nariz enquanto cortava galhos de uma árvore na casa dele. Após o acidente, foi até o hospital da cidade e a falsa médica era a plantonista na hora. Ele estava com a mãe e uma tia, e elas chegaram a pedir um raio X, mas a falsa médica disse que não era necessário. Henrique então procurou um hospital em Catanduva (SP).

“Eu fui então procurar um hospital em Catanduva fazer o raio X e aí constatou que estava com o nariz quebrado. Ela não tinha passado nenhuma medicação para dor”, afirmou.

A polícia informou que a falsa médica confessou o crime de usar o carimbo furtado na delegacia e deve responder por falsa identidade e exercício ilegal da profissão. A suspeita disse também que é formada em medicina na Bolívia, mas não apresentou documentação.

A Santa Casa de Ibirá, onde a estelionatária trabalhou, disse que foi induzida ao erro pela criminosa, que apresentou os documentos necessários pra contratação. O delegado que investiga o caso disse que emitiu um aviso para outras delegacias e que vai solicitar que outras vítimas sejam ouvidas sobre o caso. A polícia chegou até a estelionatária depois de denúncia dos próprios funcionários do local, que desconfiaram dela.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou também que abriu sindicância para investigar como ela conseguiu atender tantos pacientes.

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