terça-feira, 28 de novembro de 2017

Bebê nasce morta e mãe acusa maternidade de Roraima de negligência

Antes do parto, adolescente foi duas vezes a hospital, mas médicos a orientaram a voltar para casa e esperar. Ela diz que demora para dar à luz levou ao óbito da bebê.

Mãe teve bebê já sem vida na sexta-feira (24) na maternidade de Roraima (Foto: Arquivo pessoal)

Uma adolescente que deu à luz a uma bebê já morta nessa sexta-feira (24) no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista, acusa a unidade de negligência no atendimento.

Segundo Larissa Cavalcante, de 16 anos, a bebê morreu porque demorou a nascer. Ela afirma que foi por duas vezes à unidade na semana passada para ter a criança, mas foi orientada a ir para casa e esperar a gestação chegar a 42 semanas.

Em nota, a direção da maternidade negou a denúncia de negligência e disse que a mãe foi examinada quando esteve na unidade, mas aconselhada a ir para casa porque não havia necessidade de permanência no local. (veja íntegra da nota ao fim da matéria).

"No dia 11 eu completei nove meses de gravidez e no dia 13, eu fui ao hospital, mas me examinaram e disseram para eu aguardar chegar a 42 semanas de gestação para ter a minha filha. No dia 17 eu voltei lá e me disseram de novo para esperar mais um pouco, até chegar a pelo menos 41 semanas", relembra.

A adolescente contou que ficou preocupada com a bebê. Por isso, no dia 21 fez uma ultrassom em uma clínica particular e ouviu os batimentos cardíacos da filha. No entanto, dois dias depois, expeliu uma secreção e parou de sentir os movimentos da bebê na barriga.

"Voltei na maternidade no mesmo dia, que foi quinta-feira [23], e depois de exames descobri que minha bebê tinha morrido. O médico que me deu a notícia ainda me perguntou porque eu não tinha ido lá antes e eu disse que fui, mas me mandaram ir para casa".

Na sexta-feira, por volta das 8h, ela deu à luz a menina já morta e com um nó no cordão umbilical. Antes do parto, ela contou também que foi mal atendida e deixada sem ajuda médica.

"Me deram o remédio para ter dilatação, e fiquei várias horas sentindo muita dor. Só não tive a bebê só porque minha mãe foi atrás e conseguiu uma médica para me ajudar. ".

Agora, ela diz que pretende acusar formalmente o hospital pelo que classificou como negligência. "Se tivessem me atendido no dia 17, feito uma cesária ou então induzido o parto, eu teria tido ela e, apesar do nó no cordão umbilical, eu não teria perdido minha bebê”.

Veja íntegra da resposta da maternidade:


A Direção do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth esclarece que a paciente foi encaminhada para casa, porque passou por exames e não foram detectadas alterações em seu processo de gestação, que indicassem a necessidade dela permanecer na unidade.

Em relação ao parto, a equipe médica que a atendeu informa que havia um nó verdadeiro de cordão umbilical, que cortou a circulação de sangue para o bebê. Caso raro, que não é visualizado nem em ultrassom.

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