HGR informou que está à disposição para prestar esclarecimentos e averiguar a reclamação (Foto: Nilzete Franco) |
O auxiliar de departamento pessoal Ricardo Moraes, 23 anos, procurou a Folha para denunciar que há mais de dois meses sua sogra espera o recebimento do prontuário no Hospital Geral de Roraima (HGR). Ele disse que ontem foi ao hospital com o intuito de receber o documento, mas a atendente informou que não seria possível devido à máquina copiadora não estar funcionando e sem previsão de conserto. “Essa é a terceira vez que nós fomos solicitar o prontuário médico do HGR. Isso é uma falta de respeito com o cidadão”, protestou ao complementar que os familiares já procuraram a Ouvidoria e a diretoria da unidade médica, mas em nenhuma das tentativas obtiveram respostas concretas a fim de solucionar a situação. “Essa situação está prejudicando a população que precisa dos prontuários de atendimento para realizar exames de corpo de delito junto ao Instituto Médico Legal.
Muitos já estão esperando há cerca de dois meses. Quando vamos solicitar, somos comunicados de que a máquina está quebrada”, destacou outra denunciante que não quis ter a identidade revelada.
Conforme Ricardo Moraes, sua sogra está acometida de câncer de colo de útero. Ela ficou internada no hospital por três meses e por duas vezes foi levada para a sala de cirurgia, mas a cirurgia não foi realizada porque não havia leitos disponíveis. “Só na terceira vez conseguiram, mas a doença já estava muito avançada. Aí só fecharam e mandaram a gente ir pra casa”, disse.
Outro ponto reclamado por ele foi quanto à alimentação fornecida aos pacientes acometidos de câncer. “Durante o período em que esteve internada, ela só comia alimentos inadequados e nós não sabíamos que era impróprio. Além disso, não tínhamos permissão de levar qualquer outro alimento”, reclamou.
GOVERNO - Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que a máquina copiadora está funcionando normalmente. Quanto ao caso da paciente, a direção do HGR frisou que está à disposição para prestar os esclarecimentos necessários e averiguar a situação, além de ser responsável por apurar as demandas e dar um retorno à população, sob monitoramento do Ministério da Saúde.
Frisou que a falta do prontuário não impede o início ou continuidade no tratamento de quimioterapia na Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Além disso, frisou que os pacientes da oncologia são operados no prazo máximo de 60 dias, conforme estabelecido em lei federal. Informou ainda que, salvo em situações pontuais, o Hospital Geral de Roraima está disponibilizando cópias dos prontuários normalmente.
A Sesau sugeriu que a paciente procure a direção da unidade ou a Ouvidoria para que sejam dados os devidos esclarecimentos a fim de solucionar o problema. Sobre o déficit de leitos, ressaltou que o Hospital das Clínicas será inaugurado no próximo mês, assim como o anexo do HGR, colocando fim à falta de leitos no Estado pelos próximos anos, problema que perdura por décadas e que será solucionado.
“Esclarecemos ainda que, a alimentação é fornecida de acordo com a orientação dos nutricionistas. O paciente que se sentir insatisfeito deve procurar o setor de Nutrição para rever a dieta alimentar”, destacou ao ressaltar que a direção da unidade está à disposição para prestar os esclarecimentos necessários aos pacientes e acompanhantes.
“Qualquer paciente que se sentir insatisfeito quanto ao atendimento pode registrar a reclamação na Ouvidoria do SUS (Sistema Único de Saúde) pelo telefone (95-2121-0590 ou 136/nacional), por e-mail (ouvidoriasus.rr@gmail.com) e, pessoalmente, ou por carta endereçada à Rua Madri, 180, Aeroporto, Boa Vista-RR, CEP 69.310.043”, destacou a nota.
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