Empresário Dorival Alves Júnior morreu após doar um rim para o irmão Arquivo pessoal |
O empresário Dorival Alves Júnior, 45, morreu na tarde desta segunda-feira (20) na Santa Casa de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, menos de três horas depois de doar o rim direito para salvar a vida do irmão Benedito Luís Alves, 59. A morte foi provocada por uma hemorragia interna. O hospital informou que não acredita em erro médico.
Alves Junior morava com a mulher e dois filhos em Américo Brasiliense (a pouco mais de 70 km de Ribeirão) e, segundo relato de familiares, estava muito feliz com a possibilidade de ajudar o irmão, que era portador de uma doença renal crônica havia sete anos - um rim não funciona e o outro já estava parando. "Ele falava sempre que ia ter a chance de salvar o irmão", conta Elizangela Possato, cunhada do doador.
A mulher de Alves Junior, Fernanda Possato Alves, contou que o marido sabia que, sem o transplante, o irmão não conseguiria suportar a espera por um rim. "Ele falava que o irmão já estava esperando há sete anos, que não poderia suportar muito tempo mais. Quando deu que eles eram compatíveis, ele nem pensou em não ajudar. Ele queria muito, era o irmão mais velho dele, ambos eram muito ligados", disse. De acordo com amigos, ele mesmo havia sugerido fazer o teste de compatibilidade.
O procedimento
"Conforme a anestesia foi passando, ele começou a reclamar de dor no abdômen. Mas chegou a dizer que estava feliz com a vida nova que tinha dado ao irmão", conta Elizangela.
Comoção
O corpo de Alves Junior foi velado na tarde de ontem em Américo Brasiliense, em um funeral repleto de amigos. O homem era dono de um pequeno supermercado na cidade e muito querido pelos vizinhos. O sepultamento ocorreu no Cemitério São Bento, em Araraquara.
"Foi muito triste, mas, ao mesmo tempo, uma prova de amor. Que Deus o receba em seus braços. Deu sua vida em prol do irmão, jamais imaginaria que fosse perder a vida dele. Era um ser humano diferenciado", disse Augusta Bezerra dos Santos, que afirmou ser freguesa do supermercado do qual Alves Junior era dono. "Era sempre bem-humorado, falava com todos".
Daniela Moreira, cuidadora da mãe dos irmãos, também lamentou a morte de Alves Junior. "É um patrão de coração enorme, muito atencioso com a gente. Só posso desejar que o irmão dele aproveite muito o novo rim e que ele descanse em paz", disse.
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