quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Polícia investiga morte de menina de um ano em hospital no Grande Recife

Criança foi levada pelos pais ao Hospital Infantil do Cabo de Santo Agostinho em 19 de novembro e faleceu na manhã do dia seguinte. Família prestou depoimento na segunda (27).

  Maria Fernanda Lins Gomes tinha um ano e sete meses (Foto: Reprodução/Acervo pessoal)

A Polícia Civil iniciou as investigações sobre o que causou a morte de uma criança de um ano e sete meses no Hospital Infantil do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Segundo a família, Maria Fernanda Lins Gomes apresentava febre e sinais de cansaço quando foi levada à unidade de saúde em 19 de novembro, mas veio a óbito na manhã do dia seguinte, após receber injeções de adrenalina. Na segunda-feira (27), os pais da menina prestaram depoimento à polícia.

A mãe da criança, a dona de casa Lucielma da Silva, critica a falta de acompanhamento pediátrico do Hospital Infantil do Cabo e acredita que as injeções de adrenalina aplicadas na filha podem ter ocasionado o óbito. “Cheguei a perguntar o porquê de injetarem adrenalina na minha filha e disseram que ela estava com problema de laringite. Tinham muitos médicos, mas nenhum dos que atenderam a minha filha era pediatra”, relata a dona de casa, relembrando, ainda, que as injeções eram alternadas com nebulização.

“Ela estava normal, só cansada e um pouco febril. Ela comeu, andou no corredor do hospital e em nenhum momento foi internada. Foram feitas pelo menos cinco aplicações de adrenalina na minha filha. A última foi feita às 5h do dia 20 de novembro e, logo em seguida, ela passou mal, ficou com a pele esverdeada e tentou chamar por mim, mas não tinha forças”, relembra a mãe.

Desejando entender o que causou a morte da filha, Lucielma denunciou o caso à polícia e, na segunda (27), foi chamada para prestar depoimento. “É tão negligente [o atendimento], os procedimentos são tão avulsos. Em nenhum momento houve acompanhamento de um médico para saber se ela estava reagindo às injeções. Eu só quero que a justiça seja feita”, critica a mãe.

De acordo com nota encaminhada pela Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, será aberto um inquérito administrativo “para que todas e quaisquer eventuais dúvidas sejam esclarecidas”. No texto, a prefeitura esclarece que o “Hospital Infantil é uma unidade de médica complexidade com cerca de quatro mil pacientes atendidos mensalmente” e que “toda assistência foi prestada, inclusive por profissionais bastante experientes e bem treinados”.

Segundo a Polícia Civil, o inquérito do caso foi instaurado na 40ª delegacia do Cabo de Santo Agostinho e as investigações estão a cargo do delegado Francisco Diógenes. A corporação solicitou um exame tanatoscópico ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, para aprofundar as investigações sobre a morte da menina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário