quarta-feira, 3 de julho de 2019

Denúncia de paciente revela paredes sujas e mofo nos quartos do Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis


A estrutura do Hospital Nereu Ramos, no bairro Agronômica, em Florianópolis, foi alvo de reclamação de pacientes. A unidade que está entre as referências no tratamento de pulmão, segundo denúncias, apresenta paredes sujas e até mesmo mofo nos quartos.

A superlotação, fato tão comum nos hospitais públicos, não é problema. O retrato do local tem sido macas vazias nos corredores e nenhuma movimentação. Na área de circulação comum, a limpeza também não é problema, paredes brancas têm aspecto de pintura nova. Porém, a situação muda ao acessar a área restrita aos pacientes.


Filmagens feitas por um paciente que acompanha a esposa internada no hospital mostram paredes descascando, com mofo, sujeira e objetos jogados no chão. Segundo o autor do vídeo, o odor do local também não é agradável. “A maioria das pessoas que estão internadas aqui tem problema de pulmão. Imagina quanta bactéria não tem aqui? Isso aqui está um horror”, reclama o autor do vídeo nas filmagens.

O Hospital Nereu Ramos é referência em tratamentos de pulmão e também doenças infectocontagiosas. Recebe pacientes de todas as regiões do Estado e até de fora de Santa Catarina. O último relatório da Secretaria de Saúde contabilizou mais de 2400 internações e 600 atendimentos por ano na unidade.

Reforma recente

Placas na entrada do hospital indicam que o prédio passou por reforma recentemente. O investimento foi de R$ 1,6 milhão, em setores como almoxarifado e farmácia. Por se tratar de um prédio tombado, intervenções no local dependem de serviços especializados. Outro problema, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Saúde, é a falta de manutenção.

De acordo com o diretor da Sindsaúde SC, Wallace Fernando Cordeiro, há mais de 30 anos não há reposição nas equipes dos hospitais gerido pelo Estado. Para o sindicato, a situação da estrutura no Hospital Nereu Ramos pode oferecer riscos aos pacientes.

“Essas estruturas são antigas e precisam de manutenção mais do que prédios novos, acaba tendo bolor e a pintura se deteriorando. Isso interfere, pois um paciente que precisaria ficar um mês, acaba ficando mais porque o ambiente não é insalubre”, alega Cordeiro.

A Secretaria de Estado da Saúde informou em nota que vai apurar a situação. E que a unidade vem passando por melhorias nos quartos. O atendimento, no entanto, não entra nas reclamações.


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