Internações haviam sido suspensas por recomendação do MPRJ, após registro de mortes de oito crianças com câncer |
Cerca de 100 pessoas estão reunidas em frente à sede do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP/RJ), em Campos, para um ato contra a reabertura do setor pediátrico oncológico do Hospital Beneficência Portuguesa, na tarde desta terça-feira (30/05). As internações haviam sido suspensas desde o último dia 05 de abril por recomendação do MPRJ, após registro de mortes de, pelo menos, oito crianças com câncer e reclamação por parte de mães do atendimento ofertado pela unidade.
Segundo os manifestantes, o hospital não teria cumprido com a determinação do MP e, até o momento, nenhuma alteração, tanto na estrutura quanto em atendimento (já que de acordo com os protestantes não havia equipe especializada em oncologia, tampouco pediatras), foram feitas na unidade.
Uma das manifestantes, Jocielma Manhães Gusmão, de 49 anos, contou que o hospital continua a mesma coisa. Ela, que perdeu o filho Lucas de 12 anos no último dia 27 de abril após mais de 10 meses de luta contra a leucemia LLA, denuncia a Beneficência por negligência e também a médica que atendia seu filho, à época, e que, segundo Jocielma, permanece atendendo na unidade.
“Tem muita coisa errada lá dentro e a oncologia da Beneficência não está cumprindo com o que o promotor [Leandro Manhães] ordenou e, até hoje, nada foi feito para melhorar o atendimento e também não obtivemos nenhuma informação com relação às mortes das oito crianças [vítimas de leucemia] no hospital. Eles [direção do hospital] ficaram de nos dar uma resposta em 20 dias e já se passaram dois meses”, informou Jocielma.
A protestante também disse que teria conseguido outras vagas em algumas unidades médicas fora de Campos, já que o tratamento do filho não vinha dando resultados satisfatórios, entretanto, Lucas não pode ser transferido por falta do relatório da médica que o acompanhava na Beneficência.
“Consegui vagas para ele [Lucas] para hospitais em São Paulo, Rio e Muriaé, mas a médica não forneceu o relatório médico para eu dar andamento no pedido de transferência, e eu perdi todas as vagas e o Lucas morreu por falta de estrutura, de médico e de uma equipe especializada no hospital, porque as crianças ficavam dias e dias sem consultas médicas e nunca tiveram a visita de um pediatra”, relatou a mãe informando que as mortes aconteceram num intervalo de oito meses. O ato começou por volta das 15h e deve seguir até as 18h.
O Site Ururau tentou contato, por telefone, com a direção da unidade hospitalar, mas as ligações não foram atendidas. O Ururau tentou falar também com o Ministério Público, mas foi informado que o promotor Leandro Manhães estava em audiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário