sexta-feira, 9 de junho de 2017

Mãe de bebê que morreu diz que médico agiu com violência durante o parto: 'Arrasada'



A dona de casa Rosa Maria Martins Pires, de 27 anos, mãe de um bebê que morreu cinco dias após o parto, disse que o médico Jarbes Balieiro Damasceno agiu com grosseria e a ofendeu durante o procedimento. O parto normal foi realizado no dia 29 de maio, no Hospital São Luís, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá. O marido da paciente, Roni William Cuiabano do Couto, denunciou o médico à polícia por violência obstétrica e um inquérito foi aberto pela polícia para investigar o caso.

 

O médico alegou ter feito os procedimentos adequados para o caso e negou que a paciente tenha pedido para realizar cesariana. Porém, disse ter dado medicamentos para induzir o parto normal. Ele afirmou que o ultrassom indicava que havia pouco líquido amniótico e, por isso, decidiu dar um medicamento à paciente para ajudar no parto. Segundo ele, não existia a possibilidade de fazer cesariana.

 

Segundo a paciente, o momento que era para ser de alegria se tornou um pesadelo. "Me sinto arrasada, não tem explicação para o que sinto nesse momento", disse a paciente.

 

Na manhã do dia 29, ela deu entrada no hospital, que atende pelo SUS. Rosa Maria disse que havia pedido ao médico que fizesse cesariana, porque estava passando mal, já que não conseguia ter a filha em parto normal, mas o obstetra disse que ela teria normal. "Eu pedindo que queria cesariana e ele falou com grosseria que eu estava dilatando bem e que teria normal", contou.

 

Doze horas depois, ela ainda não tinha tido a criança, que começou a nascer ainda no quarto. "Passei a mãe e senti a cabeça do nenê. As enfermeiras vieram correndo e o doutor estava dormindo", contou.

 

No centro cirúrgico, o bebê parou de nascer, quando, segundo ela, o médico começou a ofendê-la. "Eu fazia força para a criança sair, mas não saía. As minhas mãos já estavam roxas de tanto fazer força e ele me dizia que eu não estava ajudando. Ele dizia: 'Você não está ajudando, você não quer que essa criança nasça'", afirmou.

 

Como a criança não nascia, o bebê foi retirado à força, pressionando a barriga da mãe. "Senti as mãos dele arrancando a criança. Daí levantei e vi que minha filha estava imóvel", disse Rosa, chorando.

 

Sindicância

 

Além do inquérito policial, o médico é alvo de uma sindicância interna aberta pelo hospital para apurar a conduta dele. O obstetra foi afastado da função no dia seguinte ao parto. "Pode ter ocorrido um erro médico dentro do parto e as investigações vão apontar se houve erro médico e culpar o profissional", afirmou o diretor da unidade, Mário Kaoro.

 

Alvo de ação penal

 

O médico Jarbes Balieiro Damasceno já responde judicialmente a um processo criminal pela morte de outro bebê nessa mesma unidade de saúde. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o obstetra foi aceita pela Primeira Vara Criminal daquele município em janeiro deste ano.

 

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