quarta-feira, 21 de junho de 2017

NEGLIGÊNCIA: Médico esquece restos de placenta no útero de adolescente no Hospital de Simões Filho

 
Foto: Reprodução / Simões Filho Online
 
 
A emoção de ser mãe quase se transformou em pesadelo para a adolescente Émile dos Santos, 17 anos. Ela sofreu uma grave infecção no útero depois de dar à luz a um menino na Maternidade do Hospital Municipal de Simões Filho. O obstetra que fez o parto não retirou de seu corpo toda a placenta que envolvia o bebê.
 
o dia 27 de abril deste ano, Émile, moradora do Bairro Pitanguinha, resolveu procurar o Hospital Municipal de Simões Filho para ter o seu primeiro filho, naquele momento, começou o sofrimento da jovem. “Ao chegar no hospital, o médico fez exame de toque, disse que não iria me atender porque eu tinha apenas dilatação, passou medicação na veia e mandou eu voltar para casa, mas eu não obedeci e continuei no Hospital. Fiquei lá andando de um lado para o outro com muita dor”, contou.
 
Durante a espera, Émile relata que outra médica percebeu sua aflição e voltou a examina-la, bem no momento em que a sua bolsa estourou. “Dei à luz ao meu primeiro filho que se chama Enzo. O lençol ficou cheio de sangue e só foi trocado no dia seguinte. O Hospital de Simões Filho está um descaso. Parece um matadouro. Eles atendem as pessoas depois de horas de espera”, desabafou a jovem.
 
Fachada do Hospital Municipal de Simões Filho, onde ocorreu o caso de negligência médica.
 Imagem: Reprodução / Simões Filho Online
 
Liberada, Émile foi para a casa e começou a se sentir mal, tendo muita febre. Assustados, familiares da adolescente levou ela de volta ao Hospital. “A dor estava muito forte. A médica me examinou e falou que meu colo do útero estava aberto e tinha restos de placenta dentro mim. Eu tiver que fazer curetagem uterina e fiquei 7 dias internada’, relatou.
 
Depois de ser submetida a um procedimento para retirada dos restos da placenta a jovem foi liberada. “A doutora falou que se demorasse mais um dia para fazer o procedimento eu iria morrer”, disse.
 
Após um mês em casa, a jovem continua sentido dores na região. “Já se passou mais de um mês, a dor está voltando. Isso não pode ficar assim minha gente. Um erro desse não pode voltar a se repetir com outras gestantes”, afirma Émile.
 
Émile ainda denuncia que outras duas amigas viveram situações parecidas no Hospital Municipal da cidade, que é administrado pela Associação de Proteção a Maternidade e a Infância de Castro Alves (APMI).
 
Hospital de Simões Filho
 
Por meio de nota, Alcimara Mariano, gerente de Saúde do Hospital Municipal de Simões Filho, informou que “durante o processo de delivramento de placenta, pode acontecer da permanência de um pedaço da membrana que envolve a placenta”.
 
Ainda conforme nota do Hospital, “a paciente retornou cinco dias após, com quadro febril. Foi internada, tratada com antibióticos e realizou curetagem uterina e saiu de alta após tratamento por sete dias”.
 
A unidade de saúde disse ainda que “Essa situação é aceitável, pois a membrana é fina e pode partir”. A administração do Hospital também se colocou à disposição para maiores esclarecimentos sobre o caso.
 

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