quarta-feira, 14 de junho de 2017

Cirurgias são suspensas por causa de surto infeccioso em maternidade do Recife

Mais de 40 procedimentos deixaram de ser realizados, desde sexta-feira (9), para higienização no Cisam, na Zona Oeste. Em dois meses, foram notificados 18 casos de infecção hospitalar em mulheres.
  
Operações no bloco cirúrgico do Cisam foram suspensas por causa de infecção (Foto: Reprodução/TV Globo)
 
O bloco cirúrgico do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), no bairro da Encruzilhada, na Zona Norte do Recife, ficou interditado desde sexta-feira (9), por causa de um surto infeccioso. Dez procedimentos, que seriam realizados diariamente, deixaram de ser feitos por causa da suspensão dos procedimentos na maternidade. A decisão foi tomada pela direção do hospital, vinculado à Universidade de Pernambuco (UPE), após 18 casos de infecção hospitalar serem notificados nos últimos dois meses.
 
Um dos principais centros obstétrico-ginecológicos do estado, o Cisam realiza cerca de 280 cirurgias por mês. Entre alguns dos procedimentos realizados no local, está o atendimento de homens trans e de mães infectadas pelo vírus HIV. De acordo com a assessoria de comunicação da UPE, responsável pela gestão do Cisam, as atividades no bloco cirúrgico foram suspensas para a higienização da unidade.
 
Ao G1, o presidente da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito de Azevedo, afirmou que a decisão de suspender as cirurgias partiu do hospital, e, por isso, a Apevisa apenas acompanha o processo de higienização. Segundo o gestor executivo do Cisam, Olímpio Moraes, o atendimento no local foi normalizado às 16h30 desta terça (13) e a previsão é de que as cirurgias agendadas ocorram normalmente a partir da quarta (14).
 
Superlotação
 
O Cisam conta com oito leitos do pré-parto, mas, constantemente, há denúncias acerca da superlotação da unidade. Em março deste ano, quando a reportagem da TV Globo esteve no local, o setor de pré-parto, com capacidade para oito pacientes, contava com 32, um número quatro vezes maior. Grávidas aguardavam atendimento em cadeiras plásticas, macas se amontoavam no corredor e mulheres que acabaram de dar à luz eram obrigadas a se recuperar da cirurgia em poltronas, por falta de leitos.
 
lotação era tanta que duas salas de parto haviam sido improvisadas como alojamento para mães e filhos recém-nascidos. As duas Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs), que deveriam ter 15 bebês, estavam com 27.
 
As incubadoras, coladas umas às outras, contrariavam recomendação do Ministério da Saúde que preconiza um metro de distância entre leitos. A realidade tem se repetido há três meses, quando o número de partos voltou a crescer em Pernambuco, após ter registrado uma queda de 25% no ano passado, devido ao temor dos casos de microcefalia.
 

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