Segundo denúncia, pediatra foi negligente no atendimento de Kiara dos Santos. Médica responde ao crime de homicídio culposo e nega responsabilidade pela morte da criança.
Kiara morreu aos três anos, após ser diagnosticada com dengue e catapora, em hospital de Foz do Iguaçu (Foto: Reprodução/RPC) |
A Justiça aceitou denúncia nesta terça-feira (21) contra a pediatra Marelby Jacqueline Calvo Echeverria pela morte de Kiara dos Santos Aleixo, de 3 anos, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
A médica atendeu a criança no Hospital Municipal, com diagnóstico de catapora e dengue, pouco antes de sua morte, em dezembro do ano passado. De acordo com os promotores, Marelby foi negligente.
A médica foi denunciada por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
O advogado da médica afirma que e ela não era responsável pelo atendimento inicial, o chamado pronto-atendimento, do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, e por isso, segundo ele, não teria responsabilidade pela morte de Kiara.
A pena, em caso de condenação é de um a três anos de prisão. Neste caso, a pena ainda pode aumentar porque, segundo o MP-PR, a pediatra não seguiu as regras estabelecidas da profissão.
Relembre o caso
A família levou Kiara até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Samek por causa de bolinhas vermelhas na pele, que poderiam ser catapora. Ela foi atendida por volta das 11h do dia 4 de dezembro de 2014 e fez exames que indicaram dengue e varicela, mais conhecida como catapora.
No começo da madrugada do dia seguinte, Kiara foi transferida para o Hospital Municipal de Foz, onde ficou no setor pediátrico.
A mãe da menina conta que, ao chegar ao quarto, não viu nenhuma médica. “As enfermeiras estavam lá. A gente via que elas estavam preocupadas e ligavam atrás da médica. Mas a médica mesmo só foi à tarde, a hora que ela já estava inchada”, relata.
O MP-PR afirma que, na manhã em que Kiara chegou ao hospital, a médica pediatra Marelby Jacqueline Calvo Echeverria foi avisada pela enfermagem do estado de saúde da criança e pediu novos exames, sem sequer ver a paciente.
Só à tarde, depois que Kiara não apresentou melhora no quadro de pressão baixa e taquicardia, a médica a avaliou pessoalmente e a encaminhou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo a denúncia, quando foi transferida para UTI, a paciente já apresentava estado grave. Kiara morreu às 10h55 do dia 7 de dezembro de 2014.
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