Advogada de 26 anos afirma ter sido agarrada à força e que o profissional da saúde tentou beijá-la duas vezes.
Médico é afastado após denúncia de assédio por paciente em Florianópolis |
Um médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Sul da Ilha de Florianópolis foi afastado do cargo depois que uma paciente registrou um boletim de ocorrência contra ele por assédio. O caso teria ocorrido durante uma consulta neste mês. A Secretaria de Saúde da cidade disse que está apurando a denúncia, que o profissional foi contratado de forma temporária e que já foi afastado dos plantões enquanto o caso tiver sendo investigado.
Uma crise de alergia na pele levou a advogada Mayara Giacomini, 26 anos, até o plantão da UPA, que fica no bairro Rio Tavares. O médico, que não teve o nome divulgado, a agarrou, segundo relato da paciente.
"A consulta já havia terminado. Daí ele fechou a porta, contra a minha vontade, e eu não imaginava o que iria acontecer depois. Ele envolveu os braços ao redor do meu corpo, me segurou e tentou me beijar por duas vezes. Na primeira vez eu tive que afastar meu rosto. Na segunda eu tive que empurrar ele com as minhas mãos para ele me soltar. E mesmo após esse momento ele continuou insistindo, que tinha gostado de mim, que estava de carro, que eu era a última paciente do plantão dele, que ele poderia me levar pra casa. Saí assustada da unidade. Eu não consegui tomar a injeção que ele havia me receitado porque eu tava com medo que fosse ele que ia aplicar. Saí correndo de lá porque eu tava com medo que ele fosse me seguir", disse Mayara.
Mayara usou as redes sociais para relatar a situação. Segundo ela, depois disso outras meninas entraram em contato dizendo que também passaram pelo mesmo tipo de assédio na UPA.
"No mesmo local foram três outras meninas. Eu tô em contato com elas. Elas não querem revelar nome e também ainda não fizeram denúncia porque estão amedrontadas", disse a advogada.
Ela registrou boletim de ocorrência no dia 20 de agosto, uma semana depois da consulta. Na terça-feira (28), vai prestar depoimento na Delegacia de Polícia de Atendimento à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) da capital.
A delegada que coordena as DPCamis do Estado ressalta a importância da denúncia.
"Todos os casos que já são conhecidos do público, inclusive com sentença condenatória, foram formadas provas com encorajamento dessas mulheres e as denúncias feitas. Esses médicos não podem continuar exercendo a medicina e manchando uma profissão tão importante, tão bonita, por serem maus profissionais", disse a delegada Patrícia Zimmermann D'Ávila.
Mayara também vai fazer uma denúncia formal no Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina, que não se manifestou sobre o caso.
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