Dona de casa ficou os primeiros dias em um corredor no Hospital Geral de RR devido à falta de leitos
Quadro clínico da paciente piorou quando passou do leito para a UTI - Edinaldo Moraes/Roraima em Tempo |
A dona de casa Vera Lúcia dos Santos, 53 anos, morreu após ficar internada quase 30 dias no Hospital Geral de Roraima (HGR). O filho dela, o carpinteiro Jandislei da Silva Santos, 36, desconfia que houve negligência médica devido as condições e o atendimento realizado na unidade de saúde.
De acordo com Santos, a mãe dele foi internada no hospital no dia 8 de julho, por volta das 20h, sentindo dores nas pernas. Nos primeiros dias, Vera Lúcia ficou em um corredor de forma improvisada, já que não tinha leito disponível devido à unidade de saúde está lotada de pacientes.
Após dois dias no HGR, as pernas da vítima ficaram avermelhadas e com algumas bolhas, sintomas diagnosticado por um médico como sendo uma infecção. Com o passar dos dias, o quadro clínico de Vera Lúcia se agravou e os médicos chegaram a alegar que ela estava com pneumonia.
Inconformado e sem saber de fato a causa da morte da mãe, Santos registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia de Boa Vista requerendo exame cadavérico para apurar a causa da morte. Segundo ele, o procedimento iria ocorrer ontem nas dependências do Instituto de Medicina Legal (IML).
"Minha mãe chegou andando no HGR e depois de dois dias apareceram algumas bolhas nas pernas dela e uma vermelhidão, quando ela ainda estava no corredor do hospital. O quadro clínico dela foi só piorando, passando do leito para a UTI [Unidade de Tratamento Intensivo]", lamentou o carpinteiro.
Santos lembrou que os médicos chegaram a cogitar que Vera Lúcia poderia estar com problemas nos rins ou má circulação no sangue. Mesmo com a realização de exames, não foi revelado o que ela tinha de fato.
"Só diziam que ela estava melhorando, depois que tinha piorado. Por isso que pedi a autópsia nela pra constatar a causa da morte", pontuou Santos, ressaltando que desconfia que aplicaram medicamento errado e que isso tenha causado a morte.
O QUE DIZ A SESAU
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) explicou que em casos como esse, o ideal é que a família formalize uma denúncia para que o caso possa ser investigado de maneira aprofundada.
"Caso seja detectada e comprovada negligência, os responsáveis estão sujeitos a punições previstas em lei. Ressaltamos que as informações do prontuário possuem amparo constitucional, pois se ligam à ideia de preservação da intimidade, bem como do sigilo profissional, e fazem parte de um conjunto de documentos que servem para aferir a prestação do serviço médico", acrescentou.
Foi frisado, ainda, que estas informações ficam à disposição dos familiares e também para fins de investigação do serviço médico prestado. Para isso, é necessário que a família formalize uma denúncia.
"A Sesau lamenta a perda da família e ressalta que tem todo o interesse em esclarecer os fatos e contribuir para quaisquer investigações feitas a respeito, e está ainda à disposição da família para orientar, esclarecer dúvidas sobre o atendimento na unidade e prestar informações", finalizou.
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