Mayara da Silva dos Santos teve que ser reanimada por mulheres após procedimento estético. Valéria dos Santos Reis teria aplicado sete seringas nos glúteos de Mayara.
MP denuncia doutor Bumbum por homicídio doloso |
Uma das suspeitas de participar do procedimento estético feito antes da morte de Mayara da Silva dos Santos, Ohana Diniz, prestou novo depoimento nesta quarta-feira (15). Ela contou que foi ao hotel chamada por Mayara, mas quando chegou ao local ouviu gritos no quarto. Ao abrir a porta disse que Mayara já estava quase desmaiada e que Valéria, Márcia e Thaisa tentavam reanimá-la.
“Elas tentando, vendo se a Mayara voltava. A Thaisa descia para pegar Coca-cola, para pegar amendoim. Colocaram açúcar dentro da boca dela para tentar ela voltar, acho que por causa da glicose. Teve uma hora que e Mayara voltou”, disse Ohana.
Ela disse à polícia que Valeria já teria aplicado sete seringas nos glúteos da modelo. “Tinha quatro de um lado e três de outro. Mas, infelizmente, ela passou mal, a gente chamou o Samu e ela morreu no hospital”, disse.
Procedimentos estéticos irregulares causaram outras três mortes nos últimos meses. Tudo começou com a notícia da morte da bancária Lílian Calixto, de 46 anos, na madrugada do dia 15 de julho. Ela era paciente, do médico Dênis Furtado, o doutor Bumbum. Lilian morreu de embolia pulmonar depois de passar por um preenchimento nos glúteos com polimetimetacrilato, o PMMA.
Dênis, a mãe dele, Maria de Fátima Furtado, e a namorada do médico, Renata Fernandes Cirne, foram presos acusados de homicídio qualificado, quando se assume o risco de matar alguém, e associação criminosa. Renata teve a prisão temporária suspensa. A assistente de enfermagem, Rosilene Pereira da Silva, também foi indiciada mas responde em liberdade.
Além deste caso, um dos casos investigados é o da médica Geysa Leal Corrêa. A pedagoga Adriana Ferreira Capitão Pinto, de 41 anos, morreu seis dias depois de fazer uma lipoescultura no consultório da médica, em Niterói, Região Metropolitana do Rio.
Outra paciente da Doutora Geysa teve o intestino perfurado depois de uma lipoescultura. Ela ficou 26 dias internada, fez duas cirurgias e perdeu 40 centímetros do intestino.
Outra investigada pela polícia é Valeria dos Santos Reis, suspeita de ter feito um preenchimento em Mayara da Silva dos Santos, de 24 anos, que morreu. A polícia investiga se o produto usado foi silicone industrial, o que é crime.
Imagens das câmeras de segurança também envolveram no caso Thaíza Pimentel Esteves, a mãe dela, Márcia, e Ohana de Lima Diniz, que foi presa. Valéria, Thaíza e Márcia estão foragidas.
Depoimentos de outras vítimas ligaram Valéria dos Santos Reis a mais uma personagem nessa rede de procedimentos ilegais. A massoterapeuta Patrícia Silva dos Santos, a Paty Bumbum, suspeita de aplicar silicone industrial nas clientes. Seis pessoas prestaram queixa contra ela na polícia.
Paty Bumbum foi presa por organização criminosa e também é investigada por exercício ilegal da medicina e lesão corporal. A estudante de técnica em enfermagem, Mariana Batista de Miranda, também foi presa, acusada da morte de Fátima Santos de Oliveira, em abril deste ano. Fátima teve infecção generalizada depois de um procedimento estético nos glúteos.
No início de agosto, a polícia prendeu Fernanda Silva de Almeida, suspeita de fazer procedimentos estéticos num salão de beleza, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O local não tinha licença pra funcionar. Os investigadores apreenderam mais de 300 caixas de PMMA, e uma máquina que seria usada em lipoaspirações.
Dr. Bumbum denunciado
O Ministério Público denunciou nesta quarta-feira (15) o médico Dênis Furtado, o Doutor Bumbum, por homicídio doloso, que é quando se tem a intenção ou se assume o risco de matar. Ele está preso pela morte da bancária Lílian Calixto.
Além do médico Dênis Furtado, foram denunciados por homicídio doloso a mãe dele Maria de Fátima Furtado, a namorada do médico, Renata Fernandes Cirne e a assistente Rosilane Pereira da Silva.
O Disque Denúncia está oferecendo recompensa de R$ 1 mil para quem der pistas dos paradeiros de Thaíza Pimentel Esteves, da mãe dela, Márcia Pimentel Esteves, e de Valéria dos Santos Reis. O telefone para qualquer denúncia é o 2253-1177.
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