domingo, 3 de novembro de 2019

Família de Suzano denuncia maternidade de Mogi por atendimento a recém-nascido

Pais dizem que foi colocado um acesso de forma errada na criança. Maternidade disse situação é inerente ao procedimento, e que quadro da criança foi estabilizado.


Família de Suzano denuncia maternidade de Mogi por acesso errado no braço de recém-nascido

Uma família de Suzano registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal contra uma maternidade de Mogi das Cruzes. Os pais dizem que um acesso foi colocado de maneira errada no recém-nascido de um mês, e isso causou várias complicações no estado de saúde do bebê, que já era grave.

O Felipe nasceu saudável, com quase três quilos e 49 centímetros, no dia 9 de setembro. Com cerca de um mês, ele começou a ter e febre e vômito. A família saiu de Suzano onde mora e levou o menino até o hospital Ipiranga, em Mogi das Cruzes, onde a mãe trabalha como enfermeira.

Ele ficou alguns dias internado, voltou para casa, mas segundo o pai, o funcionário público Michel Magno Cerqueira Silva, dias depois o filho voltou a ter os mesmos sintomas.

Felipe passou de novo pelo hospital Ipiranga, mas desta vez os médicos disseram que a unidade não tinha estrutura suficiente para cuidar do recém-nascido.

A família foi então até a maternidade Mogi Mater, também em Mogi das Cruzes, que é particular. Felipe deu entrada em estado grave, direto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. A equipe médica colocou um acesso no bracinho dele, mas houve problemas neste procedimento, segundo o pai.

"Esse cateter é colocado na veia venosa. E infelizmente colocaram na veia arterial dele. O que aconteceu com tudo isso é que a progressão do sangue não ocorreu mais no braço dele. Ele perdeu o fluxo do sangue no braço. Consequentemente, o bracinho dele ficou roxo, frio. A minha esposa averiguou que estava acontecendo alguma coisa errada. Ela comunicou a enfermeira e o médico de plantão. No primeiro momento eles não fizeram nada, e o meu filho continuou com o cateter de forma indevida no braço", conta o pai.

O pai também diz que só no dia seguinte, um novo procedimento teria sido realizado, depois de perceber que o cateter tinha sido colocado de forma errada.

"Eles tiveram, então, que entrar com medicação forte para reverter o quadro. Essa medicação forte causa efeitos, e um dos efeitos foi inchaço, hemorragia, ele teve um sangramento nasal, na boca", relata o pai.

Bebê de Suzano está internado em estado grave em hospital de São Paulo.

Por causa do ocorrido, a família decidiu transferir o menino para um hospital da capital. O pai pediu todo o laudo médico, os prontuários e fez um boletim de ocorrência como lesão corporal.

O bebê segue na UTI em São Paulo. Os médicos ainda não sabem qual é o problema de saúde do Felipe, que continua em estado grave.

"No primeiro momento tinha esse risco de amputação, porque o bracinho dele ficou um bom tempo sem circulação de sangue pela via arterial, então houve esse risco. Graças a Deus, hoje não tem mais esse risco. A única coisa que eles não podem dar certeza é se o meu filho vai voltar com o movimento dos braços. Isso é só com o tempo. A gente não vai perder a fé", enfatizou o pai.

Em nota, o hospital Ipiranga informou que em respeito à privacidade de seus pacientes, a divulgação de informações clínicas só pode ser feita mediante autorização dos familiares.

O Hospital e Maternidade Mogi Mater afirma que o paciente deu entrada no dia 14 de outubro, em estado grave, com arritmia cardíaca, desidratação extrema, com risco iminente de morte.

Imediatamente o bebê recebeu os cuidados intensivos pediátricos necessários para a reversão do quadro, com êxito. Já na UTI pediátrica, a arritmia cardíaca se repetiu e devido à gravidade do caso precisou de acesso venoso central.

“Foi acionada uma equipe especializada em cirurgia pediátrica para esse procedimento. Após suspeita da intercorrência, inerente ao ato, o paciente foi reavaliado, trocado o acesso de local e mantido acompanhamento com equipe vascular, dando prosseguimento ao tratamento clínico, com sucesso. No entanto, a criança foi transferida para outro serviço a pedido da família”, trouxe a nota enviada ao G1.



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