sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Velório é interrompido no meio e corpo do morto levado para atestar possível erro médico

A família acusa hospital de omissão, negligência e erro médico



Após a morte de um homem de 33 anos, na madrugada de terça-feira (26), no hospital da Vida em Dourados, o velório foi interrompido e o corpo levado ao IML (Instituto Médico Legal) da cidade para exame de necrópsia. A suspeita é de erro médico;

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul foi acionado pela mãe do falecido, Elizabeth Cabreira Clementino Faustino, que acusa o hospital de omissão, negligência e erro médico. A denúncia foi recebida, na manhã de hoje (27), pelo promotor Eteocles Brito Mendonça Dias Junior.

De acordo com a denúncia, a vítima, Marcel Cabreira Faustino, tinha problemas neurológicos e foi internado na unidade no dia 27 de outubro deste ano. A mãe afirma que ele passou várias dias na UTI (Unidade de Tratamento intensivo), e há dez dias havia voltado para o quarto.

A mãe disse em depoimento ao MP que o filho teve parada cardiorrespiratória enquanto estava na UTI e, segundo ela, ninguém teria comunicado a família e na madrugada desta terça-feira ele teve outra, não resistiu e morreu.

Elizabeth diz que os médicos e o hospital não fizeram questão de transferir o rapaz para o Hospital Universitário de Dourados ou para unidade com atendimento especializado.

A mãe conseguiu uma vaga em um hospital do Paraná, há 15 dias, mas segundo ela o HV não lhe entregou om laudo necessário para internação, o que para a família foi fatal para Marcel.

Na denúncia Elizabeth acusa o hospital de não ter feito em nenhum momento o pedido de transferência e que o rapaz havia sido infectado por uma infecção generalizada, pois tinha pego a tal bactéria enquanto esteve internado na UTI. A mãe também diz que o filho não recebeu medicação para controle da infecção na manhã de segunda-feira (25).

Ainda de acordo com a denúncia, o namorado de Elizabeth, que acompanhava o paciente na madrugada de hoje, disse que Marcel teve parada respiratória por volta de 4h, mas só às 5h20 foi levado para a área vermelha, onde morreu. A testemunha teria relatado que nesse período, o paciente foi atendido apenas por enfermeiros.

O depoimento da moradora será incluído no inquérito civil já em andamento no Ministério Público em Dourados para investigar mortes ocorridas no hospital supostamente por omissão e negligência no atendimento.

Após o registro do boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), a polícia solicitou que o velório fosse interrompido e o corpo encaminhado ao Instituto de Médico Legal de Dourados para realização de necrópsia. Por volta das 23 desta terça-feira o corpo voltou para o local que estava sendo velado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário