quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Mãe denuncia negligência médica após morte do filho no Hospital da Vida

Depois do boletim de ocorrência, a polícia solicitou que o velório fosse interrompido e o corpo encaminhado ao IML para realização de necropsia.



Uma mulher procurou a delegacia na madrugada de ontem (26) para registrar boletim de ocorrência contra o médico que atendeu o filho dela no Hospital da Vida. O paciente, de 33 anos, morreu ontem. A mãe dele aponta omissão, negligência e erro médico. 
De acordo com a ocorrência, Elizabeth Cabreira Clementino Faustino procurou a delegacia, comunicando que o filho dela foi diagnosticado com craniofaringioma com hidrocefalia obstrutiva em agosto deste ano. O filho, de acordo com Elizabeth, foi internado várias vezes no Hospital da Vida. A última vez foi no dia 26 do mês passado, onde permaneceu até ontem, quando veio a óbito. 
A mãe relatou que realizou várias declarações no Ministério Público informando a negligência com a vítima diante seu estado clínico. Segundo ela, devido às várias declarações realizadas, o ministério público solicitou informações do Hospital da Vida, que foi respondida pelo médico responsável.
Consta no boletim de ocorrência que o profissional afirma que o paciente era portador de um tumor cerebral com aspecto benigno que não necessitava de tratamento de urgência e, portanto, o paciente foi encaminhado para tratamento ambulatorial em centro de referência do SUS. O médico relata ainda que deveria ser encaminhado via solicitação do Hospital da Vida ao Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), o que não ocorreu.
Comunica ainda que o paciente foi reintegrado no Hospital da Vida no dia 7 de outubro, quando a mãe informou ao médico que o filho não havia inserido no sistema Sisreg. Nessa data, o médico informou que iria verificar o ocorrido.
Já no dia 26, a vítima foi internada novamente no hospital com quadro de piora neurológica. Um dia depois, foram realizado dois procedimentos cirúrgicos visando a melhora da hidrocefalia.
Depois das operações, o paciente continuou internado e contraiu infecção bacteriana generalizada. Segundo o boletim de ocorrência, o médico continuou a afirmar que a remoção do tumor não era prioritária.
Na certidão de óbito e no termo de constatação de óbito fornecido pelo hospital a causa da morte foi identificada como choque séptico.
A mãe relata ainda que não foi realizado nenhum procedimento de retirada do tumor e que o próprio médico afirmou isso.
Depois do boletim de ocorrência, a polícia da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) solicitou que o velório fosse interrompido e o corpo encaminhado ao Instituto de Médico Legal de Dourados para realização de necropsia. Por volta das 23h, o corpo voltou para o local que estava sendo velado.   
O Ministério Público vai acompanhar o caso. 


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