domingo, 24 de novembro de 2019

PARTO HUMANIZADO?

Família acusa Santa Casa de Jaboticabal por negligência durante parto e mais um bebê vem a óbito. Confira!


Mais um caso de negligência médica aconteceu em Jaboticabal –SP, segundo informações da família da vítima. Uma mãe, em trabalho de parto, com contrações procurou a Santa Casa de Misericórdia de Jaboticabal, pois estava tendo contrações e muitas dores.

De acordo com a cunhada, a recém nascida morreu após a mãe, Fernanda Ismael Salgado, ficar em trabalho de parto por 13 horas seguidas, e família denuncia negligência médica e obstétrica no atendimento à mãe. Fernanda  deu entrada na última sexta-feira, dia 1º, pela manhã, foi orientada pela médica a voltar para casa mesmo com dores, a gestante voltou ao hospital com dores e perdendo líquido. A equipe médica citou que uma cesária seria perigoso, pois a gestante estava com excesso de peso.

“Por várias vezes amedrontaram, iam internar e ficou na sala aguardando debaixo do chuveiro por várias   horas, fez exame de toque e estava com dor, vomitava e sentia dor, pedindo por cesária o tempo todo. O pai da criança teve que fazer exercícios na mãe, foram horas e horas e estava com dilatação, eu falei que precisava de cesária”, explica a cunhada da gestante.

Após 13 horas em trabalho de parto, até encaminhar para o centro cirúrgico, a criança nasceu e foi encaminhada para a UTI neonatal de Sertãozinho, teve parada cardiorrespiratória e não resistiu.  Em Sertãozinho alegaram que os procedimentos necessários não foram realizados.

A família busca por justiça. O Hospital abriu sindicância interna para investigar o caso e explicou que está solidário a todos da família.

Nota do Hospital e Maternidade Santa Isabel

O Hospital e Maternidade Santa Isabel lamenta profundamente o óbito da criança recém-nascida ocorrido no dia 3 de novembro de 2019 e se solidariza com a família.

Nada é mais importante do que a vida e a saúde e o HMSI trabalha com esse compromisso.

Todo o atendimento à gestante e ao bebê foi realizado com base nos protocolos médicos. A equipe da maternidade do HMSI acompanhou a evolução do parto e atendendo à gestante, realizou a cirurgia cesariana.

O Parto Humanizado praticado pelo Hospital e Maternidade Santa Isabel é adotado por hospitais públicos e privados em todo o Brasil. Não se trata de um tipo de parto, normal ou cirúrgico (cesáreo), e sim da forma de parto que mais respeita o papel da mulher.

Esclarecemos que a ocorrência nada tem a ver com a via de parto adotada. A legislação não permite ao Hospital ou à autoridade médica que informe detalhes sobre a situação clínica de cada paciente. É o estado clínico que define o procedimento a ser adotado.

A criança nasceu apresentando dificuldades respiratórias. O Hospital e Maternidade Santa Isabel tomou todas as medidas para estabilização da paciente. Assim que estabilizada, com saturação de 94%, a criança recém-nascida foi encaminhada ao transporte, realizado pela equipe da Unidade de Suporte Avançado (USA) do SAMU, ao CTI Neonatal da Santa Casa de Sertãozinho, local onde foi a óbito.

A direção da Irmandade de Misericórdia de Jaboticabal iniciou a apuração do ocorrido com base nos depoimentos de todos os profissionais que atuaram no atendimento à gestante e à criança recém-nascida. Também serão solicitadas oficialmente à Unidade de Suporte Avançado (USA) do SAMU informações sobre eventuais intercorrências durante o transporte, técnicas utilizadas e condições clínicas da criança recém-nascida na chegada ao CTI Neonatal da Santa Casa de Sertãozinho, uma vez que o prontuário do paciente que deixou o Hospital e Maternidade Santa Isabel estabilizado não corresponde ao prontuário do mesmo paciente ao chegar à Santa Casa de Sertãozinho. O depoimento da família da gestante também fará parte da avaliação do caso.

A Irmandade de Misericórdia do Hospital e Maternidade Santa Isabel determinou a contratação de empresa especializada para realizar o transporte de recém-nascidos que necessitem de cuidados intensivos de UTI Neonatal, assegurando que, durante o transporte sejam mantidos os cuidados gerais de uma terapia intensiva e, caso haja, alguma intercorrência que seja possível realizar procedimentos especializados. Assim, a partir do dia 7 de novembro, o transporte de recém-nascidos que apresentem situação crítica deixará de realizado pela Unidade de Suporte Avançado (USA) do SAMU. O HMSI assumirá integralmente os custos destas transferências.

É fundamental esclarecer que o Hospital e Maternidade Santa Isabel atende integralmente a legislação. Mesmo antes de a Lei 17.137/2019 entrar em vigor, o HMSI já adotava a conduta que passou a ser exigida por ela.

A Nota Técnica de assistência a gestante que solicita o parto cesáreo para cumprimento da Lei 17.137/2019, aprovada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, garante à parturiente a possibilidade de optar pela cesariana a partir da 39ª semana de gestação, desde que em trabalho de parto ativo, salvo em casos de urgência/emergência.

Sendo assim, quando a decisão da gestante é pela cesariana, aguardamos o início do trabalho de parto ativo para fazer o procedimento cirúrgico, o que, muitas vezes, é confundido com uma suposta recusa em atender a solicitação da paciente.

Atendendo a diretrizes da Organização Mundial da Saúde, preconizadas pelo Ministério da Saúde, incentivamos o parto normal, por ser esta a via preferencial de nascimento em países de primeiro mundo.

Os dados referentes a esse caso, e a todos os demais atendidos por nós, estão devidamente registrados em prontuário, com toda a transparência e ética que norteia a atuação da Irmandade de Misericórdia – Hospital e Maternidade Santa Isabel, desde sua fundação, em 1904, há 115 anos.

(Atualizada em 9/11)


Confira o vídeo publicado pela TV Clube.





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