Familiares denunciam suposta negligência médica; praxe é investigação policial; cenas chocam população
A família de Rafael de Souza Santos, 33 anos, que morreu na madrugada de quarta-feira (30) depois de receber alta médica na UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Mourão e ser deixado na rua por uma ambulância da secretaria municipal de Saúde, foi à Polícia Civil nesta quinta-feira (31) denunciar o caso por negligência médica e pretende que o caso seja investigado pela autoridades policiais. Em nota, a prefeitura lamentou a morte do paciente, mas não informou se vai instaurar procedimento para apurar responsabilidades no caso.
Na declaração de óbito do IML (Instituto Médico-Legal) consta como causas da morte de Santos "pneumonia lobar" e "cirrose descompensada".
"A família, até agora, não entendeu o que aconteceu. Queremos saber o que aconteceu e ninguém veio dar satisfação para a gente", disse Ronaldo Schoski da Silva, 31 anos, cunhado de Santos.
De acordo com Silva, o cunhado morava com mãe na Rua Taquari, no Jardim Paulista, a cerca de 1.500 metros da UPA 24 Horas, mas foi deixado pela ambulância em outro endereço. "Ele tinha que ter sido levado para casa e não largado na rua", afirmou.
Imagens de câmeras de segurança mostram que a ambulância da prefeitura deixou Santos nas próximo à praça pouco depois da meia-noite e ele caído no asfalto por volta das 0h20.
De acordo com a prefeitura, o paciente deu entrada na UPA às 9h55, na terça-feira (29) e chegou à unidade em uma ambulância do Samu que foi acionada por uma pessoa que estava em um bar e informou que ele estava no local havia 2 dias.
Conforme a prefeitura, Santos foi tratado na UPA com "paciente etilista", avaliado pelo médico de plantão e permaneceu no atendimento em observação, medicado e alimentado. Ele recebeu alta da equipe médica por volta das 20h "por estar bem e em boas condições clínicas" e transportado para em ambulância do município às 23h.
Segundo ainda a administração, no trajeto o paciente pediu para que motorista da ambulância o deixasse perto da praça, em endereço diferente do que constava na ficha. Na nota, a prefeitura "lamenta a morte do paciente", mas não informa que se vai abrir procedimento para apurar responsabilidade na morte de Santos.
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