segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Morte de menino de 12 anos por picada de escorpião revolta avô: 'É duro perder um neto nessa idade'

Vitor Daniel Spindola Borges foi enterrado em Casa Branca (SP) nesta quarta-feira (30).


Menino de 12 anos que morreu após ser picado por escorpião é enterrado em Casa Branca

O menino de 12 anos que morreu após ser picado por um escorpião foi enterrado em Casa Branca (SP) nesta quarta-feira (30). A família menino está revoltada com o que aconteceu.

“É duro a gente perder um neto nessa idade por uma picada de escorpião e não ter o socorro necessário na cidade", disse Geraldo Borges, avô da vítima.

Vitor Daniel Spindola Borges morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital São Francisco, em Sertãozinho, onde estava internado desde a madrugada de segunda-feira (28).

O caso


Avô lamenta morte do neto em Casa Branca

Segundo o padrasto, Alexandre Rovani, o menino brincava com o irmão na ciclovia de uma praça quando foi picado no dedo do pé, por volta das 19h de domingo (27).

A família conseguiu capturar o escorpião e seguiu com a criança para o posto de pronto atendimento (PPA), mas no local não havia o soro antiescorpiônico.

"Queria apenas que tomassem uma providência para que isso não aconteça de novo. E que tenha o soro na cidade", disse a mãe do menino, Estela Spindola Rovani.

Estela Spindola Rovani, mãe do menino picado por escorpião em Casa Branca

Transferência


Segundo a Prefeitura de Casa Branca, o médico acompanhou o estado clínico do paciente e, devido ao seu agravamento, ele deixou o PPA às 22h e foi transferido para São José do Rio Pardo, que fica a 32 km de distância, por ser a referência para picadas de animais peçonhentos, determinada pela Diretoria Regional de Saúde (DRS).

A família reclama da demora para fazer a transferência do menino. Segundo a diretora de Saúde de Casa Branca, Fabiana Moreira Mendes, nem todo paciente que é picado por escorpião é transferido.

"Existe um tempo, ele é medicado, avaliado pelo médico. No caso do Victor, já entraram em contato com São José e ele foi imediatamente transferido", disse.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que os critérios para definição de pontos estratégicos do soro antiescorpiônico são feitos a partir de estudos clínicos e demandas de cada região, além da distância de até 40 minutos entre o ponto de atendimento inicial e o ponto estratégico para atendimento especializado e aplicação do soro.

Fabiana Moreira Mendes, diretora de Saúde de Casa Branca

Caso agravou


O garoto foi atendido na Santa Casa de Rio Pardo e, segundo o padrasto, tomou o soro por volta das 22h30, mas pouco tempo depois, a família foi informada que Vitor precisaria ser transferido para um hospital que tivesse UTI.

A transferência, segundo ele, aconteceu por volta das 3h30. Vitor foi levado para o Hospital São Francisco de Sertãozinho (SP), a 150 quilômetros de São José do Rio Pardo, e internado na UTI onde morreu na tarde desta terça-feira.

Menino foi transferido, mas não resistiu e morreu na UTI 

G1 entrou em contato com a assessoria dos dois hospitais para saber como foi o atendimento prestado a Vitor, mas não obteve retorno até a publicação dessa reportagem.

A Prefeitura de Casa Branca emitiu uma nota lamentando o falecimento do menino e dizendo que todos os protocolos médicos foram realizados de forma correta.

Veja nota da prefeitura na íntegra


"A Prefeitura de Casa Branca vem a público lamentar o falecimento de V. D. S. B., de 12 anos, vítima de picada de escorpião, hoje, 29.

A Diretoria Municipal de Saúde informa que todos os protocolos médicos foram realizados de forma correta e responsável.

A criança deu entrada no PPA (Posto de Pronto Atendimento), no dia 27 de outubro, às 19h41, com picada de escorpião no pé direito e tontura. De imediato, o paciente teve atendimento médico classificado como urgente, onde foi seguido todo o protocolo de picada de animais peçonhentos referentes à sua idade.

O médico acompanhou o seu estado clínico e, devido ao agravamento, às 22h, o paciente deixou o PPA e foi transferido para São José do Rio Pardo, por ser a referência para picadas de animais peçonhentos.

O paciente foi transferido para a Santa Casa de São José do Rio Pardo por ser o ponto estratégico para Imunobiológicos Antivenenos, estabelecido pelo Departamento Regional de Saúde. Portanto, não se trata de Casa Branca não ter o soro e sim de uma pactuação realizada pela regional de saúde, que é tomada diante de uma série de fatores técnicos, tais como municípios com maiores números de acidentes e/ou melhor localizados para acesso aos municípios vizinhos. Em nossa região, as cidades que possuem o soro são Mococa e São José do Rio Pardo, sendo esta última cidade a nossa referência.

A Prefeitura informa que tem feito limpeza de terrenos, praças e prédios públicos, a fim de coibir a proliferação do escorpião e de outros tipos de animais nocivos à saúde humana. Os agentes de saúde também trabalham ininterruptamente com ações de conscientização dos moradores para que façam limpeza regular de terrenos.

A Prefeitura reforça que o caso foi uma fatalidade e prestará todo o apoio necessário aos familiares da criança."


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