Denúncias de irregularidades no Hospital de Câncer de Mato Grosso (Hcan) são alvo de investigação por parte do Ministério Público do Estado. Portaria assinada pelo promotor Roberto Aparecido Turin, solicita que diretor da unidade, Laudemi Moreira Nogueira, atualmente licenciado, dê explicações em relação a série de denúncias feitas pelo jornal A Gazeta em agosto. O pedido de investigação foi protocolado pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB), Leonardo Campos.
Entre os apontamentos estão o não funcionamento da Unidade de Terapia Intensiva pediátrica, inaugurada há um ano. Ainda o fechamento de leitos e, consequentemente, a não realização de mais de dois mil procedimentos cirúrgicos, atrasos de pagamentos aos funcionários. A denúncia compreende também médicos que estariam cobrando dos pacientes por procedimentos cirúrgicos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um dos investigados, Lauzamar Roge Salomão Junior, é apontado em investigação da Delegacia Fazendária (Defaz) pela prática de cobrança. Ele fazia parte da direção da unidade, mas foi afastado após as denúncias da reportagem. “Para instruir os autos, determino que se oficie o diretor-presidente do Hospital de Câncer de Mato Grosso encaminhando cópia da denúncia, bem como solicitando informações acerca dos fatos mencionados”, destaca o promotor.
Investigação
A Comissão de Saúde da OAB acionou órgãos de controle em relação às denúncias de irregularidades na unidade. O pedido de providências embasa na iminente lesão à sociedade, já que caso essas denúncias se verifiquem, causam ainda mais danos e sofrimento à população mato-grossense, que é afetada pela desassistência na saúde. Foram acionados pela entidade a Procuradoria Geral de Justiça, Procuradoria da República, Tribunal de Contas do Estado, Delegacia Fazendária e ainda o Tribunal de Contas da União (TCU).
Em agosto a OAB encaminhou ofício ao Tribunal de Ética de Disciplina (TED) para devidas providências em relação ao diretor do hospital, o advogado Laudemi Moreira Nogueira, que é acusado de ter contratado, com recursos da unidade, o seu próprio escritório de advocacia. Há apontamentos ainda de que Laudemi também utiliza recurso do hospital para pagar segurança armada e motorista pessoal.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com assessoria e administração do Hospital de Câncer, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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