Maraiza Gil Andreoli Pinto, atendida por falsa médica em São Roque (SP)
São Paulo - Maraiza Gil Andreoli Pinto, 35, sentiu uma leve dor na região abdominal assim que vestiu o moletom. Parecia uma mordida de formiga, mas não era: havia sido picada por uma aranha marrom, que estava toda encolhida.
Colocou o bicho de oito pernas numa garrafinha de yakult e correu para o pronto-socorro da Santa Casa de São Roque, onde foi logo tranquilizada por uma médica.
A aranha não era venenosa. Uma dipirona e um antialérgico bastavam, receitou a doutora Natália Oliveira, que, convicta, ainda atirou o potinho com o aracnídeo no lixo.
Três dias depois, como a dor só aumentava e a pele começava a necrosar, procurou o Instituto Butantan, na capital paulista. A aranha, uma Loxosceles, era venenosa, sim, e muito. No limite, sua picada poderia ter lhe provocado uma insuficiência renal aguda.
"Como já tinham se passado mais de 72 horas desde a picada, não pude tomar o soro, pois surtiria mais efeito", conta O tratamento levou sete semanas. "As coceiras eram insuportáveis, tenho marcas até hoje na pele", lembra.
Maraiza, como a polícia descobriu mais tarde, tinha sido vitima de uma falsa médica. Quem lhe atendera não fora a Dra. Natália Oliveira, mas Natani Taísse de Oliveira, que possuía cédula falsificada do Conselho Regional de Medicina, comprada por R$ 800 na Praça da Sé. Por sete meses, trabalhou no pronto socorro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário