A Polícia Civil de Pernambuco vai investigar a ocorrência de negligência ou de imperícia no atendimento prestado no pós-parto de Fernanda Guedes Nascimento, de 29 anos, que morreu na terça-feira (4) na Clínica Santa Ana, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, horas depois de dar à luz. A empresária estava grávida de 39 semanas quando deu entrada na unidade e, de acordo com a família, apresentou complicações pouco depois da realização de uma cesariana. Segundo o delegado Ricardo Silveira, responsável pelas investigações, os depoimentos dos familiares e da equipe médica apresentaram divergência.
A clínica e os médicos serão avaliados pelos investigadores para a averiguação de possíveis irregularidades. Por enquanto, o caso está sendo tratado pela polícia como morte a esclarecer. De acordo com o laudo preliminar, a morte de Fernanda, que já tinha dois filhos também nascidos em partos cesarianos, foi provocada por uma hemorragia causada por uma hipotonia uterina, situação em que o útero não consegue contrair adequadamente após o parto nem controlar naturalmente o sangramento.
Os investigadores também irão apurar a qualificação dos profissionais envolvidos e a regularidade de seus registros no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Uma prima de Fernanda e um médico já foram ouvidos. “De fato houve o comparecimento dos familiares com um dos médicos, mas a gente precisa ter cautela. A família se queixa de não receber a assistência necessária. Já os médicos dizem que ocorreu uma fatalidade e que todos os procedimentos foram adotados. É natural que os familiares sintam a perda, mas temos que investigar de forma técnica”, explicou o delegado. Ele também informou que já foram emitidas as intimações para as testemunhas e órgãos que serão chamados a prestar esclarecimentos.
De acordo com parentes da empresária, Fernanda Guedes teria apresentado complicações cerca de uma hora depois de retornar do bloco cirúrgico. A mulher faleceu depois de uma forte hemorragia e duas paradas cardiorrespiratórias. Familiares reclamam que, mesmo com o agravamento do quadro, ela permaneceu na clínica por cerca de oito horas até que fosse solicitada a transferência em uma UTI móvel para um hospital com mais estrutura, o que não chegou a ocorrer.
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