domingo, 30 de dezembro de 2018

Pacientes precisam de materiais comprados por acompanhantes no Hospital Miguel Couto, na Gávea


Para tentar driblar a crise na saúde do Rio de Janeiro, médicos e pacientes estão tendo que apelar para o improviso.


O RJTV mostrou o caso de uma paciente internada com AVC no Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio, que recebeu a ajuda de uma amigo para continuar a internação. Ela ganhou colchão, cadeira higiênica e outros utensílios de uma amiga para evitar o risco de contaminação com o equipamento do hospital.

"Com AVC e nós estamos levando esse colchão pele de ovo e a cadeira pra ela no hospital porque tá dando escara. O vaso sanitário todo cheio de esparadrapo, todo sujo, infectado. Foi R$ 470 essa cadeirinha, o colchão, R$ 80 reais, mais a capa do colchão, R$ 40 reais", contou Denise Bittencourt, amiga de uma paciente.



 Ela afirmou também que não há outros materiais básicos na unidade, como fraldas e roupas de cama e que o acompanhante tem que ajudar seu paciente e os outros. Além disso, a reportagem mostrou a situação precária de uma cadeira para acompanhante no hospital e uma cama improvisada no chão.



Problemas na CER continuam


Próximo à unidade de saúde, fica a Coordenação de Emergência Regional do Leblon (CER-Leblon), que estava há dois meses sem ar-condicionado e recebeu a instalação de um novo aparelho de refrigeração na véspera do natal.

No entanto, a unidade sofre com a falta de funcionários e de manutenção. O aposentado Jorge Luiz dos Santos afirmou que está enfrentando dificuldades pra respirar ao subir escadas durante a internação porque apresenta uma infecção no joelho.

"Eu tenho um problema no pulmão, enfim, elevador não tá funcionando, eu subi cinco vezes a escada, subi e desci, desse jeito. Levei quase meia hora para subir e descer, elevador não funciona, espera de médico também é um caos", lamentou.

Diante da situação de abandono do CER a comissão de saúde da câmara municipal quer que a vigilância sanitária faça uma vistoria na unidade nos próximos dias

"Eu quero ver se a vigilância vai dar autorização pra esta unidade continuar funcionando com estas irregularidades que nós vimos algumas delas aqui, é muito importante fazer isso, porque é uma vergonha, isso não é só dessa unidade, nós estamos vendo leitos fechados em hospitais, mulheres tendo filhos na porta dos hospitais", disse Paulo Pinheiro, da Comissão da Câmara dos Vereadores.

A direção do Hospital Miguel Couto negou que faltem insumos na unidade, mas não comentou o estado de conservação de alguns equipamentos como o da cadeira higiênica que nós mostramos na reportagem.

Já a direção da Coordenação de Emergência Regional do Leblon disse que trabalha na manutenção dos elevadores.










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