domingo, 30 de dezembro de 2018

Hospital fechou as portas na véspera do Natal porque funcionários não recebem salários há meses


Pacientes que procuraram o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Delphina Rinaldi Abdel Aziz, na zona Norte, no último dia 24, véspera de Natal, deram de cara com as portas fechadas e voltaram para casa sem atendimento médico, isso porque, os técnicos de enfermagem que atuam na unidade de Saúde não foram trabalhar por falta de pagamento dos salários.


A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Serviço de Saúde do Estado do Amazonas (Sindipriv), que denunciou que os atrasos duram há pelo menos, três meses e atingem mais cinco mil funcionários entre técnicos de enfermagem, enfermeiros, maqueiros e serviço de limpeza contratados pelas empresas terceirizadas de Saúde que atuam em hospitais do Amazonas.

"No geral, são todas as empresas terceirizadas que não estão pagando os trabalhadores, que chegam a representar 80% dos profissionais de Saúde do Estado. Poucas pagaram o mês de setembro e muitos trabalhadores não tem nem como chegar ao trabalho porque não recebem o vale transporte", lamentou a diretora presidente do Sindipriv, Graciete Mouzinho.


Segundo ela, a falta de pagamentos aos funcionários terceirizados se repete em outras unidades de Saúde em Manaus, como o Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, Hospital e Pronto-Socorro Dr. Platão Araújo, Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, Instituto da Mulher Dona Lindu e Maternidade Estadual Balbina Mestrinho.


"É lamentável isso, muitos trabalhadores passaram o Natal sem receber e sem ter sua ceia com a família. Essa situação vem se arrastando há meses e o caos já tomou conta dos hospitais do Estado", afirmou Graciete destacando que está prevista uma manifestação ainda nesta semana e não descartou uma nova paralisação no dia 1º de janeiro de 2019. "Depende se houver o repasse dos salários atrasados", acrescentou.


A reportagem do Radar tentou contato com uma das empresas contratadas pelo Governo do Estado, a Nurse Serviços de Saúde da Amazônia LTDA, mas não conseguiu resposta até o fechamento desta matéria. Segundo dados disponíveis no Portal da Transparência do Governo, de 2013 a 2018, só essa empresa totalizou contratos que chegam as cifras de 9 milhões.


Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) apenas informou que vem cumprindo os acordos de pagamentos feitos com as empresas terceirizadas e que estas são orientadas a cumprir com as obrigações salariais e trabalhistas de seus funcionários, que é de inteira responsabilidade das mesmas. A Susam também afirmou que as mobilizações não têm afetado o atendimento nas unidades, contrariando o que relatou a população.






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