quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Justiça condena HU a indenizar paciente em R$ 20 mil


Wilson Garcia Branzão ingressou com uma ação contra o Hospital Universitário de Maringá (HU) em 2017 e, agora, conseguiu sentença favorável em primeira instância. 

O juiz Nicola Frascati Junior, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Maringá, entendeu que o hospital deve indenizar o senhor, de mais de 60 anos, em R$ 20 mil. 

Branzão ficou internado 18 dias em meio à superlotação. No dia três de dezembro de 2015 ele sofreu uma queda na empresa onde trabalhava e foi encaminhado ao hospital. 

Primeiramente ficou no corredor; no dia cinco de dezembro foi para a enfermaria onde permaneceu o restante dos dias com vários pacientes. Ficou internado até o dia 19 de dezembro. 

O primeiro diagnóstico no HU foi de fratura no osso do calcanhar esquerdo, por conta disso o idoso deveria aguardar vaga para procedimento cirúrgico. O que levou o paciente a procurar justiça foi que, ao ser transferido para o Hospital Santa Rita, houve a constatação que ele não precisaria realizar a cirurgia.

No processo judicial ele informou ter ficado “exposto a diversos tipos de bactérias e agentes nocivos, além de ter recebido medicação além do necessário”. Para ele houve descaso da superlotação, o que “representa um desrespeito à dignidade da pessoa humana”.

Por sua vez, o superintendente do HU de Maringá, Maurício Chaves Júnior, afirmou que “o hospital estava passando por dificuldades em termos operacionais, na parte de cirurgia. Nós tivemos uma crise, que foi nesse período de novembro a dezembro, foi muito impactante até na Cidade, porque tivemos alguns pacientes aguardando fazer essas cirurgias”.

Além disso, a instituição avaliou não ter provocado dano ao indenizado e solicitou que o juiz considerasse improcedentes os pedidos ou reduzisse a indenização. Mas a decisão de Frascati foi firme e manteve a condenação, que ainda pode ser recorrida por parte do hospital. Inicialmente a indenização seria de R$ 93,7 mil.

POLÊMICA

No mês passado, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) expos os problemas enfrentados no Hospital Universitário. Tudo aconteceu após pacientes ficarem mais de uma hora em ambulâncias esperando atendimento porque não havia cirurgião no local. Atualmente o hospital tem 140 médicos efetivos, 20 com contratos temporários e 70 credenciados. Mas para suprir a demanda, 38 médicos precisam ser contratados urgentemente.

Um ofício do reitor da UEM, Júlio Damasceno, solicitou esclarecimentos e o superintendente do HUM, Vicente Kira, iniciou uma sindicância para determinar o que aconteceu.




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