Tayná Monteiro disse que criança deveria nascer em janeiro, mas a médica que fez o pré-natal marcou a cesárea para 5 de dezembro. Bebê foi para UTI e morreu 13 dias depois.
Bebê ficou internado na UTI do HAC por 13 dias e morreu na terça-feira (18) |
Um bebê de 13 dias morreu em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e a mãe Tayná Monteiro afirma que houve negligência dos médicos do Hospital Alcides Carneiro (HAC). De acordo com ela, Ikaro Miguel Monteiro de Oliveira deveria nascer em janeiro de 2019, mas a médica que fez o pré-natal marcou a cesárea para 5 de dezembro.
Após fazer o parto, a criança foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo Tayná, os médicos disseram que o bebê estava com problemas respiratórios e precisou ser entubado. A criança morreu na terça-feira (18) e foi enterrada nesta quarta (19), no Cemitério Municipal.
A mãe disse que dois dias antes da morte do filho foi informada que ele tinha contraído uma bactéria. No laudo, as causas da morte apontam choque séptico, sepse neonatal e prematuridade.
"Se tivessem esperado mais um pouco para marcar a cesárea, ele não tinha morrido. Queria tanto mais um filho, um menino... Deus me deu e eles tiraram", diz Tayná, que tem três filhos, sendo duas meninas e um menino.
Ela contou que teve uma gestação tranquila e que também ganhou os outros três filhos no HAC e não teve problemas. Por este motivo, confiou na médica que fez o pré-natal.
Tayná tinha o sonho de ter mais um menino e após a morte do bebê diz que quer Justiça |
Tayná afirmou ainda que vai aguardar os sete dias de luto após a morte do filho, para depois procurar a delegacia de polícia e registrar a ocorrência. "Isso é um descaso e eu quero Justiça", destacou.
Por meio de nota, a direção do Hospital Alcides Carneiro informou que está abrindo uma sindicância para apurar o caso.
"A gestante deu entrada no Hospital Alcides Carneiro (HAC) com a indicação do médico que fez o pré-Natal para realização de cesárea, com posterior procedimento de laqueadura. O prontuário da paciente apontava período gestacional de nove meses (39 semanas). A direção do hospital estuda todos os relatórios dos procedimentos aplicados no atendimento à gestante e ao bebê. Todas as medidas necessárias para o restabelecimento do quadro clínico foram adotadas pelas equipes", disse a unidade.
Casos se repetem
Sara esperou mais de 50 horas pelo parto e o filho nasceu morto |
Esta não é a primeira denúncia de negligência feita por mães que perderam seus bebês no HAC em Petrópolis. Só neste ano, o G1 noticiou outros dois casos que foram parar na delegacia.
Um deles foi no início de julho, quando Sara Freitas de 26 anos esperou mais de 50 horas pelo parto. De acordo com ela, a criança precisou ser retirada com ajuda do fórceps e já nasceu morta.
Já no dia 30 do mesmo mês, Maria Caroline Leandro Pereira, de 21 anos, contou que passou por uma cesárea às pressas porque os batimentos do bebê estavam fracos, mas a filha Catharina não resistiu.
Segundo o atestado de óbito, ela morreu com falta de oxigenação no cérebro. Maria Caroline tinha procurado o HAC duas vezes antes e acredita que se o parto tivesse sido feito antes a morte da filha poderia ter sido evitada.
Na ocasião, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) informou que abriu um procedimento para investigar a morte dos dois bebês.
Ao G1, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que "todos os casos mencionados estão sendo apurados com rigor".
"Esses trâmites correm em singilo, de acordo com o Código de Processo Ético Profissional", disse o Cremerj.
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