sábado, 29 de dezembro de 2018

Denúncia: Pacientes da policlínica usam leito sem roupa de cama, que podem ser descartadas por falta de lavanderia

Revoltado com as condições degradantes a que vêm sendo submetidos os usuários que procuram atendimento na Policlínica Municipal de Conselheiro Lafaiete, o acompanhante de um paciente decidiu expor a situação em vídeos que circulam nas redes sociais neste sábado (22/12). As imagens mostram os colchões onde os pacientes estão deitados sem lençóis, cobertos apenas por plásticos de proteção.


O Fato Real esteve na policlínica municipal junto com uma comissão de vereadores onde confirmou a veracidade da denúncia. Autor do vídeo Vander Lúcio Pereira, confirmou os motivos de sua revolta: “É um absurdo o pronto-socorro não ter lençóis, nem fronhas. Os pacientes estão se deitando diretamente nos colchões; sequer está sendo feita a limpeza destes colchões, porque não há material para isso. Tivemos a informação de que iriam chegar somente 20 lençóis, o que não seria suficiente para garantir um mínimo de conforto e tratamento um pouco mais digno aos usuários.”

Vereadores foram verificar a denúncia do cidadão

Vander Lúcio está na Policlínica acompanhando o irmão. Ele ressaltou que, quanto ao atendimento médico recebido, não havia queixas a fazer, pois médicos e funcionários foram solícitos e atenciosos o tempo todo. O problema, segundo o reclamante, se dá no período de recuperação do paciente após os procedimentos médicos: “A coisa aqui está ruim mesmo; os recursos de que a Policlínica dispõe são muito poucos. Os profissionais se encontram de pés e mãos atados, sem condições e sem material de trabalho.”

Irmão teme que paciente corre risco de contrair doença por falta de higienização do leito

Como mostra um dos vídeos e fotos feitas pelo Fato Real, num cômodo dentro da enfermaria da Policlínica Municipal há diversos sacos de lixo lacrados contendo lençóis sujos que poderiam ser reutilizados após passar pelo processo de esterilização e limpeza. O procedimento, contudo, não pode ser realizado porque a prefeitura não fez contratação para execução do serviço de lavanderia. A informação que funcionários do próprio local afirmam é que ainda não foi realizada licitação com esta destinação.


Funcionários afirmaram que seriam mais de 200 cobertores e aproximadamente a mesma quantidade de lençóis que não poderão mais ser reaproveitados, já que expirou o prazo limite para a higienização e todo o material precisará ser descartado. Alguns funcionários chegaram a afirmar que há material ensacado há dois meses. Conforme reforçou Vander Lúcio, a Secretaria Municipal de Saúde será obrigada a gastar um dinheiro que não tem a fim de repor o estoque com urgência.

Roupas de cama estão ensacadas por falta de lavanderia

Os integrantes da comissão estão tentando entrar em contato com o secretário de Saúde, Ricardo da Silva Souza, para cobrar providências.


O problema de lavanderia da policlínica é antigo. O  Conselho Municipal de Saúde (CMS) reuniu-se extraordinariamente em 23 de abril com membros da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e da direção da Policlínica Municipal de Lafaiete. Já à época na pauta esteve o sério assunto da destinação da lavagem das roupas de uso da policlínica municipal e do CAPS.


O Conselho havia recebido ofício da Secretaria dizendo que o Hospital e Maternidade São José (HMSJ) informou que está encerrando o serviço prestado de lavagem das roupas. Como não houve informação sobre o procedimento a ser adotado a partir do encerramento do serviço pela Maternidade, o conselho demonstrou preocupação e convocou a reunião. “É um assunto delicado. São materiais que podem estar contaminados. Coisa muito séria”, disse o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Roberto Santana.

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