sexta-feira, 27 de julho de 2018

Bebês em tratamento contra o HIV têm estoque de leite zerado em hospital

Bebês deveriam receber leite gratuitamente no Hospital Natan Portela, mas o estoque está zerado e não há previsão para recomposição.
Imagem: Reprodução

Alessandra Magalhães é funcionária pública e mãe de um bebê de apenas quatro meses que está em tratamento contra o HIV. Segundo ela, a criança é filha biológica de uma mulher soropositiva e, por isso, não pode ser amamentada pela mãe. Por causa disso, o bebê deve receber gratuitamente o Nestogeno, uma fórmula infantil indicada para crianças que não podem ser amamentadas. Teoricamente, a fórmula deveria ser distribuída pela rede pública de saúde. Contudo, na prática, não é o que acontece.

Segundo a funcionária pública, o bebê deve receber gratuitamente oito latas da fórmula, que deveriam ser repassadas aos pais através da Farmácia do Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela. No entanto, ao se dirigir ao local para receber o leite, a mãe foi surpreendida com a informação de que a fórmula não estava disponível e não havia previsão de quando o estoque seria recomposto.

“Graças a Deus a gente tem como comprar, mas e os pais que não têm? Como que essas crianças vão ser alimentadas, já que não podem ser amamentadas?”, indaga a mãe. Os bebês que recebem o leite passam por tratamento contra o HIV para prevenir a doença, pois nasceram de mães soropositivas. Por causa do tratamento, as crianças não podem ser amamentadas para não contrair o vírus e são medicadas durante os 18 primeiros meses de vida.

Segundo Alessandra Magalhães, o bebê adotado pela sua família tem direito a receber oito latas de Nestogeno e por não poder esperar a recomposição do estoque, os pais optaram por comprar o leite com recursos próprios. Uma lata de leite custa em média R$ 35 e dura de dois a três dias. 

Contraponto

Em nota, a Fundação de Serviços Hospitalares informou que o leite Nestogeno é repassado para a Farmácia do Hospital Natan Portela pela Coordenação de DST da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), oriundo do Ministério da Saúde. Segundo o órgão, às vezes há uma demora no repasse do leite do Ministério da Saúde para a Sesapi, e da Sesapi para à Farmácia do Hospital. Por isso, há um atraso na disponibilização da fórmula para os bebês. Apesar disso, a Fundação não informou uma data em que o leite está disponível para os pacientes.

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