Famílias de pacientes gastam cerca de R$ 500 mensais só com medicamentos
Mães de crianças com microcefalia querem mais envolvimento do poder público no acompanhamento dos pacientes. Foto: Victória Lôbo/OP9 |
Um grupo de mães de crianças com microcefalia está cobrando melhores condições no acolhimento dos filhos. Mais qualidade na assistência médica, atendimento prioritário, fornecimento de remédios e suporte para as famílias estão entre os pontos reivindicados pelos participantes de um protesto organizado nessa segunda-feira (23) na praça da Bandeira, Centro de Campina Grande. Cerca de 30 mães, todas acompanhadas por seus filhos, participaram do ato.
De acordo com a responsável pela mobilização, Aldayane Alves, a falta de leitos e UTIs, frequentemente necessários para pacientes com microcefalia, vem causando revolta entre familiares dos pacientes. “Já perdemos mais de uma criança. Quantas mais precisamos perder até os governantes abrirem os olhos e fazerem algo por elas? Essas crianças são invisíveis para eles”, observa. Ela avisa que novos protestos devem ocorrer quando os pontos reivindicados forem atendidos. Até o momento, nenhum dos órgãos envolvidos na assistência de crianças com microcefalia apresentou resposta às solicitações feitas pelas manifestantes.
Mãe de Antony Miguel, Andreza Martins conta que já precisou de UTI para o filho, mas não havia medicamentos para o tratamento. Outra reivindicação é a liberação da distribuição do remédio Keppra, utilizado para evitar crises de epilepsia, pelo estado. Sem auxílio oficial, famílias com filhos com microcefalia gastam em média R$ 500 mensais só com medicações. Andreza também cita um caso recente de negligência sofrido por uma criança na cidade de Queimadas, na Região Metropolitana de Campina Grande, que passou cerca de 6 horas esperando atendimento. “Quando uma mãe sofre, todas sofrem”, lamenta.
Em Campina Grande o Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq) é referência no atendimento e na assistência de crianças com microcefalia. O instituto atua tanto no tratamento dos pacientes quanto no acolhimento das mães, já que a maioria das famílias atendidas vem de outras cidades do estado.
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