sábado, 28 de julho de 2018

Pais denunciam mofo em hospital após morte de bebê com pneumonia no RJ

Família registrou mofo no quarto onde Emilly estava internada Ainda de acordo com órgão municipal, uma sindicância será aberta pela Subsecretaria de Atenção Hospitalar Urgência e Emergência "para avaliar as condições do atendimento".
Um bebê de três meses morreu nesta quarta-feira (25) 16 dias após dar entrada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro, com bronquiolite. O caso de Emilly Silva evoluiu para uma pneumonia e a família, que atribui a piora às más condições do local e ao mofo no quarto onde a menina estava, promete entrar com uma ação contra a prefeitura, responsável pela instituição de saúde.
 
A criança deu entrada no hospital em 9 de julho e foi internada no mesmo dia. Segundo informou ao  UOL   José Carlos da Silva, pai da menina, depois de ficar mais de duas semanas em um quarto com paredes mofadas, em pouco tempo os problemas respiratórios de Emilly evoluíram para uma pneumonia.
 
Após a família conseguir uma liminar na Justiça, a prefeitura do Rio de Janeiro levou alguns dias para acatar a decisão e o bebê foi transferido para o Hospital Jesus, onde foi internado na véspera da morte. "A própria médica que tratou a minha filha disse para entrarmos na Justiça", disse o pai.

Agora, os pais pretendem entrar com uma ação contra o município. "Quero fazer isso para que esse tipo de coisa pare de acontecer", afirmou Silva. "A mudança de hospital veio tarde demais."
 
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou que, no período em que esteve no Hospital Salgado Filho, Emilly "recebeu os cuidados indicados para o seu quadro, com a medicação prescrita pelos médicos e suporte respiratório". A secretaria também informou que o laudo da necropsia ainda não foi concluído e que a causa da morte ainda não foi descoberta.

Morte e mofo

Ao UOL , a pneumologista Fernanda Baccelli, do Hospital Santa Cruz, em São Paulo, afirmou que a bronquiolite é uma "doença com mortalidade muito alta entre crianças dessa idade" e acha "provável que o mofo tenha essa relação com a morte", afirmou. Segundo a especialista, o fungo nas paredes do local e o tempo que Emilly Vitória ficou exposta a ele não seriam suficientes para desenvolver pneumonia. "Isso só acontece em casos de exposição crônica", disse.
 
Entretanto, Fernanda não descarta que as condições do hospital podem ter influenciado na complicação do quadro da criança. "O paciente internado também pode contrair pneumonia viral, que é transmitida, por exemplo, por um paciente no mesmo quarto, má higienização dos aparelhos ou caso um enfermeiro ou médico não lave as mãos ou não troque as luvas enquanto trata diferentes pacientes", explicou.

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